Crítica: Minha Vida de Abobrinha

Crítica: Minha Vida de Abobrinha

Por Beatriz Ribeiro

Falar de assuntos delicados como morte, abandono e crianças carentes pode soar melancólico (principalmente pelo fato de não ser um tema alegre), e pensar que uma animação usou essa temática em sua história nós faz supor que lá vem um filme triste. Você já vai assistir preparado para chorar litros e se sentir devastado por uma realidade fria e dolorosa. Porém, o longa de animação Minha Vida de Abobrinha nos mostrou que podemos enxergar os fatos de um modo mais descontraído e carinhoso através da perspectiva e da pureza infantil.


Ma vie de Courgette, título original, é um longa de animação stop motion com produção franco-suíça. A trama, que foi inspirada no livro Autobiographie d’une Courgette, de Gilles Paris, conta a história de Abobrinha, um garotinho que perde sua mãe repentinamente e se torna órfão. Ele é levado para um orfanato pelo policial Raimundo, que futuramente acaba virando um novo amigo para a criança. Com a reviravolta em sua vida e seu novo lar, Abobrinha passa a descobrir o significado de amizade e amor.

No filme, Abobrinha faz amizade com as crianças do orfanato e percebe que cada uma delas tem um motivo triste por estarem lá: pais drogados, bandidos, assassinos, loucos e até mesmo deportados; mas descobrimos a insegurança, carência e abandono das crianças em cenas puras e falas divertidas que mostram a inocência e a ingenuidade dessas pequenas pessoinhas que ainda tentam entender suas realidades e diferenças.

O longa, que está concorrendo ao Oscar de Melhor Animação e também foi indicado ao Globo de Ouro, chegou a ser premiado no Festival San Sebastián e Satellite Awars de 2016. Minha Vida de Abobrinha nos faz acreditar que, mesmo em meio às piores situações, há sempre um modo de se divertir e encontrar o amor nas mais simples ocasiões.

A animação estreia em 02 de fevereiro nos cinemas!

FICHA TÉCNICA
Direção: Claude Barras
Roteiro: Céline Sciamma
Elenco: Gaspard Schlatter, Michel Vuillermoz, Paulin Jaccoud, Sixtine Murat
Produção: Armelle Glorennec, Kate Merkt, Marc Bonny, Max Karli, Michel Merkt, Pauline Gygax
Fotografia: David Toutevoix
Montador: Valentin Rotelli
Trilha Sonora: Sophie Hunger
Duração: 66 min.

Beatriz Ribeiro