Crítica: Mogli – O Menino Lobo

Crítica: Mogli – O Menino Lobo

Seja das histórias de Rudyard Kipling ou da clássica animação da Disney, o diretor Jon Favreau já tinha muito com o que se inspirar quando o projeto do filme live-action de Mogli foi entregue em suas mãos, em 2013. Assim como pudemos ver em Malévola (2014) e Cinderela (2015), o plano da Walt Disney Pictures é recontar histórias já conhecidas há muito tempo, porém com o reforço de uma boa dose de tecnologia para tornar tudo ainda mais fiel, belo, realista e emocionante. E essas quatro últimas palavras resumem bem o que Mogli – O Menino Lobo entrega em seu produto final.

Fruto de um trabalho impecável do diretor Jon Favreau e sua equipe, o live-action do menino que foi encontrado por uma pantera no meio da floresta, adotado por uma matilha de lobos e que cresceu em meio à natureza capta bem a essência infantil do desenho de 1967, ao mesmo tempo em que se renova ao aproveitar uma ótima história inserindo elementos que a deixam ainda mais interessante e poderosa.

Mogli – O Menino Lobo é um filme que cativa facilmente, ainda mais com a presença do estreante Neel Sethi, simplesmente adorável na pele de Mogli. Todo o elenco, na verdade, se destaca e muito. Mesmo que seus personagens sejam feitos por computador, as vozes de Bill Murray (Baloo), Ben Kingsley (Bagheera), Idris Elba (Shere Khan), Lupita Nyong’o (Raksha), Scarlett Johansson (Kaa) e Giancarlo Esposito (Akela) e Christopher Walken (Rei Louie) se conectam e capturam perfeitamente suas essências. Além disso, o visual realístico de cada personagem é realmente um colírio para os olhos.

Por mais que o filme nunca tenha tido o foco musical como no desenho de 1967, duas músicas foram integradas na história, sendo Somente o Necessário e Quero Ser Como Você. A primeira funciona não só por ser a canção mais conhecida, mas também por se encaixar em determinado momento da narrativa; já na segunda, porém, isso não acontece, pois foi introduzida de maneira abrupta próximo ao clímax.

Aspectos importantes da história foram bem aproveitados, como a relação de Mogli com seu fiel mentor Bagheera, sua amizade com Baloo, um urso que adora mel, e também seu laço maternal com a loba Raksha. Porém, é o tigre Shere Khan que se destaca, trazendo toda a contradição e carga dramática para a história: como Mogli é da espécie do Homem, ele poderá trazer o fogo (conhecido pelos animais como a flor vermelha) para a selva quando crescer. Shere Khan carrega cicatrizes feitas por humanos e não aceita a presença do menino em meio à natureza, o que faz Mogli ser levado por Bagheera para longe da área do vilão. E é nesse ponto que a história se desenrola, com o pequeno menino lobo descobrindo a si mesmo e explorando ainda mais a floresta.

Mogli – O Menino Lobo possui o tom perfeito tanto para o público infantil quanto para o público adulto. Chega até a ser difícil de acreditar que o filme foi rodado praticamente dentro de um prédio em Los Angeles, e que o pequeno ator Neel Sethi atuou sozinho, por mais reais que os animais e os cenários possam parecer. Mais um ponto para Jon Favreau e seu ótimo trabalho de direção!

O resultado do mais novo longa da Disney é positivo graças aos seus detalhes; é impossível não prestar atenção em cada animal criado por computação gráfica ou deixar de “viajar” pela vasta floresta no decorrer da história. A imersão que o universo de Mogli proporciona definitivamente vale o ingresso do cinema, especialmente se for em 3D.

FICHA TÉCNICA
Elenco: Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Lupita Nyong’o, Scarlett Johansson, Giancarlo Esposito, Neel Sethi e Christopher Walken
Diretor: Jon Favreau
Produtores: Jon Favreau e Brigham Taylor
Roteiro: Justin Marks
Trilha Sonora: John Debney
Fotografia: Bill Pope

Barbara Demerov

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