Crítica: The Last of Us

Crítica: The Last of Us

Por Pedro Moura Leite

História

O título criado pela Naughty Dog em 2013, chamado The Last Of Us, é um jogo ambientado nos Estados Unidos pós-apocalíptico, onde um fungo Cordyceps (que infecta insetos no mundo real) consegue evoluir e infectar seres humanos, tornando-os extremamente agressivos, atacando todos os não infectados. O primeiro personagem que se tem controle no jogo é Sarah, uma jovem menina que acorda e procura pelo seu pai Joel. Ao encontrá-lo, eles são atacados pelo vizinho infectado pelo fungo. Após conseguirem fugir do local, encontram um militar e pedem ajuda; porém, ao invés de ajudar, o militar os ataca, matando Sarah. Com isso, acaba o prólogo do jogo.

A história retorna depois de 20 anos com Joel mais frio, sendo um contrabandista de armas junto com a sua amiga Tess. Os dois se encontram e vão à procura de Robert, um contrabandista que vendeu suas armas para os Vaga-Lumes (um grupo paramilitar que busca a cura do fungo e luta contra os grupos militares remanescentes que estão no país). Com isso, encontram Marlene, uma integrante do grupo dos Vaga-Lumes que pede para Joel levar Ellie, uma menina de 14 anos, para fora dos limites da cidade e ir ao encontro de outro grupo de Vaga-Lumes. Para que ele faça o trabalho, Marlene promete à Joel o dobro de armas que o grupo comprou de Robert. Com a concordância de Joel, começa a história dos dois protagonistas da história de The Last of Us, Joel e Ellie, que vão atravessar o país em busca dos Vaga-Lumes.

Gráficos e Trilha Sonora

O jogo graficamente é muito bonito, e o realismo das expressões dos personagens impressionam. Quando Joel estrangula inimigos de modo furtivo, podemos ver a expressão de desespero do estrangulado. Quando ocorrem cutscenes, podemos ver o excelente trabalho de atuação e dublagem dos atores Troy Baker (Joel) e Ashley Johnson (Ellie), dando vida aos personagens. O jogo levou aos limites gráficos do PS3, sendo uns dos melhores gráficos da sétima geração de consoles – e agora, com a versão The Last of Us Remastered para PS4 e PS4 Pro, os gráficos ficaram ainda mais bonitos, rodando a 60 FPS. A trilha sonora do jogo, criada por Gustavo Santaolalla, foi a cereja do bolo para criar uma obra-prima, inserindo trilhas em momentos tensos e uma trilha para saber que os inimigos acabaram.

Gameplay

Joel pode andar, correr, nadar, atirar, andar agachado, socar, arremessar objetos, bater com objetos encontrados no chão e criar itens. O jogo é um Survival Horror, onde Joel e Ellie precisam enfrentar inimigos variados – desde humanos à infectados. O jogo é considerado difícil para um jogador iniciante. Mesmo não sendo nenhum Dark Souls, como Joel é um sobrevivente comum e com os recursos escassos, é difícil ficar comprando briga com todos os inimigos que aparecem no jogo. Na maior parte do tempo, o jogador terá de ficar andando agachado, tentando evitar confrontos desnecessários ou tentando montar uma estratégia de como conseguir vencer os inimigos sem gastar muitos recursos. Porém, Joel tem uma “habilidade”: quando está agachado, consegue escutar os passos de seus inimigos e também ver através das paredes, o que ajuda muito.

Enfrentar infectados e humanos diferencia bastante a estratégia para vencer cada bando. Humanos atacam em grupo, flanqueando de todos os lados, e possuem armas de fogo e armas brancas; quando o jogador tenta atirar e não possui nenhuma bala no pente, produzindo o som de puxar o gatilho sem sair a bala, os humanos começam a atacar mais ferozmente, enquanto que, os infectados, ao perderem a inteligência devido ao fungo, não ficam procurando o jogador, mas quando o jogador é descoberto, todos atacam de uma vez sem nenhuma estratégia. O mais interessante é que Ellie ajuda Joel com o passar do jogo. Quanto mais avançada a história, mais ela ajuda.

The Last of Us tem um sistema de craft que consiste em pegar itens encontrados no chão para criar bombas de pregos, coquetel molotov, bomba de fumaça e outros. O jogador pode coletar sucatas encontradas no jogo e utilizá-las ao encontrar uma mesa de construção – tudo para melhorar as armas, aumentando o poder de dano do tiro e o tamanho do pente. O jogador pode encontrar pílulas que melhoram a vida máxima de Joel e suas habilidades, como a distância de escuta de passos. Quando o jogador está explorando o cenário sem nenhum inimigo, Ellie e Joel conversam entre eles. Ellie pergunta muito sobre como era o mundo antes da infecção e conta piadas, dependendo do local onde estão. Se Joel apontar a luz na cara da Ellie, sem motivo algum, ela vai reclamar com ele, ou se ficar muito tempo parado no mesmo lugar, ela vai começar a ficar mexendo o pé para passar o tempo deixando o jogo mais vívido. São estes pequenos detalhes que tornam o game ainda melhor. O jogador pode encontrar pedaços de papeis espalhados pelo cenário, os quais contam histórias de outros sobreviventes. Se todos os pedaços de papeis de um grupo de sobrevivente são encontrados, é possível acompanhar a história deles através dos relatos.

Bugs

Como nem tudo é perfeito, o jogo apresenta alguns bugs: no PS3, o cenário de perto é muito bonito, porém alguns objetos mais distantes ficam serrilhados, ou com bugs de render, os quais foram corrigidos para a versão de PS4.  Ocorre um bug quando Joel está apoiado em uma parede em um confronto e Ellie tenta se apoiar na mesma parede, fazendo que os dois fiquem no mesmo lugar, atravessando um corpo no outro. O bug mais recorrente é o de que Joel sempre tem que estar se esgueirando pelo cenário para não ser visto, enquanto que, de vez em quando, Ellie não sabe onde se esconder e corre pelo cenário à vontade, onde ninguém percebe a presença dela, passando na frente dos inimigos, que a ignoram completamente. Contudo, nenhum desses bugs atrapalha a experiência de jogar essa obra-prima.

Conclusão

The Last Of Us é realmente uma obra-prima e ganhou muitos prêmios (como o de melhor jogo do ano). Sua história é linear, sendo um detalhe que não atrapalha a excelente aventura de dois sobreviventes em um mundo pós-apocalíptico, escrita pelo escritor da Naughty Dog, Niel Druckmann.

Redação

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