Gabriel e a Montanha supera 50 mil espectadores na França em duas semanas
Gabriel e a Montanha, de Fellipe Barbosa, superou nesta semana os 50 mil ingressos vendidos na França, após duas semanas em cartaz no país europeu. O longa-metragem segue crescendo em número de salas por lá: saltou de 70 na data de estreia para 135 cópias nesta semana. A coprodução entre Brasil e França, rodada em quatro países da África, retrata a viagem do economista carioca Gabriel Buchmann pela África. Após exibição no Festival do Rio, em outubro, o filme terá estreia comercial no Brasil em 2 de novembro! Em maio, como já havíamos noticiado, o filme recebeu dois prêmios no Festival de Cannes.
Gabriel Buchmann, que tem sua história retratada no longa, viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se preparar para um doutorado em políticas públicas na UCLA. O carioca morreu de hipotermia, em 2009, após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Malawi com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado 19 dias depois na subida da montanha. O longa tem roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África.
Na viagem, Gabriel também passou por países como Quênia e Tanzânia, sempre preocupado em conhecer as particularidades das comunidades locais, como a tribo dos Massais. Ele gastava entre dois e três dólares por dia e chegou a ajudar amigos que fez nessas regiões, pagando o aluguel mensal da casa de uma família africana com somente 12 dólares. Ao longo da viagem, Gabriel, interpretado por João Pedro Zappa, aventura-se por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre economia.
Recepção positiva na França
A imprensa francesa foi bastante elogiosa ao filme “Gabriel e a Montanha” após a estreia por lá. O tradicional Le Monde entendeu que “o grande mérito de Fellipe Barbosa é de saber aliar a compreensão intelectual ao gesto de compaixão por seu amigo falecido que o filme encarna”. A revista Positif avaliou que o longa-metragem “se distingue pela inteligência do seu roteiro”, enquanto o L’Express reforçou que “Barbosa reconstitui magistralmente uma viagem emocionante rumo à morte”. Trata-se de “uma homenagem perturbadora e sincera ao amigo desaparecido”, nas palavras do Cahiers du Cinéma. Já a revista Les Inrockuptibles escreveu que “a imagem do jovem homem cujo corpo se confunde pouco a pouco com a natureza é de uma incrível poesia”.