Crítica: Marvel – Os Defensores

Crítica: Marvel – Os Defensores

Os Defensores traz o que a parceria entre Marvel e Netflix vem trazendo… Algumas decepções!

Assim como muitos fãs pelo mundo, eu estava super empolgada para assistir Os Defensores, que estreou em 18 de agosto no catálogo da Netflix. Afinal, realmente esperava que a série superasse a decepção que foi Punho de Ferro mas infelizmente não foi bem assim.

História boa, mas o roteiro poderia ter sido melhor

A história traz a junção dos quatro heróis de Nova York, Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro contra um inimigo em comum, o Tentáculo. Conhecemos os heróis em suas próprias séries, o que faz da introdução deles dispensável. Como fã da Marvel, é difícil não comparar as séries com o universo dos filmes dos Vingadores, que é extenso e bem trabalhado, o que faz Defensores ser fichinha…

O roteiro ficou na responsabilidade de Marco Ramirez (o mesmo roteirista de Demolidor), mas parece que este o escreveu sem tanta vontade, porque ora a história estava corrida demais, ora devagar demais. Mesmo que os oito episódios foram suficientes para contar a jornada dos heróis de Nova York, você percebe facilmente os momentos que estão corridos demais, como quando os personagens decidem se juntar para derrubar o Tentáculo. A parte lenta demais é todo o arco que levamos para entender que Danny Rand, o Punho de Ferro, é a chave para abrir o portal na cidade.

No geral, os episódios estão bem regulares e até mesmo bons, inclusive por não haver a pressa de juntar os quatro até o terceiro episódio – embora a aplicação deste crossover não tenha sido feita pelo roteirista adequado.

Protagonistas com ótima química; outros personagens perderam um pouco o brilho

Devo dizer que um dos pontos altos da série foi a ótima química entre Luke Cage (Mike Colter) e Punho de Ferro. Aliás, Finn Jones parece bem mais confortável em seu papel, tornando a química entre os dois engraçada e natural. Também vemos isso com Jessica Jones (Krysten Ritter) e Matthew Murdock, o Demolidor (Charlie Cox); a relação deles é mais íntima do que parece, não como um relacionamento amoroso e, sim, como se Jessica, no seu jeito marrento, se visse como um espelho em Matthew. Se ela não fosse daquela maneira, sem dúvida seria um pouco como ele. Gostaria que tivessem desenvolvido mais essa curiosa relação entre eles.

Sigourney Weaver interpreta a vilã Alexandra, o dedo opositor da mão do Tentáculo. Ela surpreende o espectador de inúmeras formas, desde em mostrar sua autoridade e serenidade até como ela consegue ser tão humana quando está desesperada. Sua relação com Madame Gao (Wai Ching Ho) é uma relação de irmandade e mostra que elas também podem se trair. Como é o caso de Elektra (Elodie Young), que nunca negou sua natureza e o roteiro soube aproveitar muito bem isso.

Vemos muito Claire (Rosario Dawnson) e Colleen Wing (Jessica Henwick) juntas, mas faltou autenticidade por parte de Wing, personagem que se empoderou muito em Punho de Ferro mas que, em Defensores, perdeu completamente o brilho. O único acerto com Wing foi ela perceber que estava perdendo toda a ação da narrativa.

Lutas mais coreografadas!

Dessa vez, a Netflix não cometeu o mesmo erro de não coreografar as lutas e usou o mesmo corte e movimentação de câmera que usa em Vingadores. Este foi um dos poucos acertos da série.

Além disso, vale ressaltar um dos pontos técnicos mais chamativos da série: a paleta de cores. É bem interessante ver logo de cara como cada cor é exaltada para cada protagonista, facilitando a identificação. Mas, como nada em excesso fica bom, chega um momento em que cansa vermos as cores-chave de cada personagem a todo o momento. Se dosassem mais essa característica em tela, tudo ficaria mais natural, e não tão chamativo.

No geral, é série é OK. É claro que ela poderia ser sido muito mais, pois os atores são ótimos, a trama é boa, os recursos são bons… O problema é que o roteiro não foi bem desenvolvido. Até dá a entender que ele foi “empurrado com a barriga”. Talvez, o problema mesmo seja que a Netflix e a Marvel tenham ficado confiantes demais com um trabalho que não foi revisado perfeitamente.

Agora, resta esperarmos para o próximo lançamento da Netflix na área de quadrinhos: Marvel – O Justiceiro. Essa aposta parece ser uma das mais acertadas

Mônica Berkovich

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