Crítica: Riverdale – 2ª Temporada

Crítica: Riverdale – 2ª Temporada

Riverdale se propõe a ser uma versão subversiva dos clássicos quadrinhos A Turma do Archie e cumpre muito bem essa proposta, porque mesmo trazendo inspirações dos personagens originais e situações por vezes caricatas, consegue ser uma série adolescente profunda, relevante e misteriosa.

A série veio para ocupar um lugar em que não se imaginava que uma série adolescente iria chegar, com seu misto de Gossip Girl, Twin Peaks e até Pretty Little Liars. A história dos habitantes dessa pequena cidade consegue manter o espectador ligado à história e ansiando o próximo episódio, e isso explica o grande sucesso que a série tem mundo afora – fato responsável por sua renovação para a terceira temporada muito antes da data imaginada.

A história da segunda temporada de Riverdale se inicia segundos após os acontecimentos chocantes do final da primeira. Com certeza esse foi um dos grandes acertos dos produtores/roteiristas, porque isso faz com que exista um fluxo linear na história, conectando as temporadas e deixando o espectador preso a todos eventos que acontecem, como se não fosse 1 temporada com 13 episódios e outra com 22, mas sim 35 capítulos seguidos.

O fato de a segunda temporada ter quase o dobro de episódios da anterior com certeza foi o maior desafio. Contar uma história de maneira direta e concisa sem encher linguiça em 22 episódios é difícil, mas aconteceu de maneira exemplar neste ano de Riverdale. Cada ação, mesmo que boba ou superficial dos personagens, estava ligada a consequências em eventos futuros, como se tudo fosse um grande quebra-cabeça.

Os personagens Betty, Jughead, Cheryl, Veronica e Toni conseguiram ser desenvolvidos de maneira excelente, mostrando cada vez mais o potencial desses jovens atores que estrelam a série, principalmente o do ator Cole Sprouse (conhecido por seus papéis quando criança em O Paizão, Friends e Zack & Cody), que conseguiu fazer Jughead Jones ir do papel de amigo estranho do protagonista para o líder do grupo – e personagem mais querido pelo público. Nesta temporada foi possível também ver versões mais humanizadas dos personagens adultos, como Alice Cooper e FP Jones, que tiveram espaço para ser além dos pais dos adolescentes da série. Ambos se mostraram menos caricatos e mais “gente como a gente”, ou seja, pessoas interessantes e com histórias para contar.

Sem nenhuma dúvida o ponto mais alto da temporada foi o episódio musical (o 18º da temporada), intitulado como: A Night to Remember, inspirado na história de Carrie: A Estranha. O episódio foi divulgado como um alívio na história que vinha pesada antes de um hiato, mas com certeza foi chocante e determinou tudo que aconteceria a partir dali com os personagens.

O maior acerto de Riverdale é trazer o nome da cidade como título, porque ela sim é a grande protagonista de tudo o que é contado. É ela que traz um passado misterioso e cheio de lacunas que geram consequências macabras até hoje e obrigam Archie e seus amigos a tentar entender e resolver tais questões.

FICHA TÉCNICA
Criador: Roberto Aguirre-Sacasa
Elenco: K.J. Apa, Lili Reinhart, Camila Mendes, Cole Sprouse, Madelaine Petsch, Marisol Nichols, Mädchen Amick, Luke Perry, Casey Cott, Mark Consuelos, Skeet Ulrich, Vanessa Morgan, Ashleigh Murray, Brit Morgan, Nathalie Boltt, Robin Givens, Lochlyn Munro, Jordan Calloway, Martin Cummins, Barclay Hope, Tiera Skovbye, Peter Bryant, Shannon Purser, Molly Ringwald, Anthony Andrews, Mark Gibbon.

Giovanna Arruda