10ª edição de BrasilCine na Suécia tem Aquarius para comemorar
Como carro-chefe de sua décima edição, o festival BrasilCine traz ao público sueco o recém-lançado Aquarius, de Kleber Mendonça Filho
Entre 3 e 9 de outubro, terá início o BrasilCine, maior festival de cinema brasileiro da Escandinávia. Ao longo desses 10 anos de existência já foram exibidos 262 filmes em 48 dias de festival. Neste ano, serão mostrados 10 longas e 23 curtas. “Memória” é o tema de 2016 e a abertura oficial do BrasilCine tem início às 18 horas, em 5 de outubro, com a exibição de Aquarius e presença da atriz Maeve Jinkings, na Filmhuset (Casa de Cinema) de Estocolmo.
Lançado em 2014 e com Jinkings no elenco, Boi Neon, de Gabriel Mascaro, ainda pode ser visto em alguns cinemas suecos. Em 2013, Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes fez parte da mostra do BrasilCine. Em 2014 foi a vez de O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho e Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro, onde Maeve era protagonista e ganhou prêmios no Festival de Brasília e no Festival de Cinema Brasileiro de Toronto.
Aquarius
Aclamado pela crítica brasileira e internacional, Aquarius é definido pelo diretor Kleber Mendonça Filho,
como sendo um filme sobre resistência, sobrevivência e talvez um “pouco sobre tudo”. “É sobre a energia que você recebe tentando sobreviver”, explica ele em coletiva de imprensa realizada para a TV Festival de Cannes (2016).
Maeve Jinkings, a Ana Paula de Aquarius, enfatiza na mesma entrevista o fato de Clara, protagonista interpretada por Sônia Braga, já ter se tornado uma das heroínas do cinema brasileiro. “Ela é uma mulher forte, como não se encontra frequentemente no cinema e numa faixa etária que não está presente nas telas. E com todo o seu lado mãe, avó, profissional e em todo o seu potencial erótico. Eu acho isso tudo poderosíssimo, lindo e revolucionário”, relata Jinkings.
Memórias e novidades
Os filmes da mostra estão divididos nas categorias: ficção, documentários e curtas. Dentre os longas e documentários, os destaques dessa edição de aniversário, são: Chatô – O Rei do Brasil (2015), de Guilherme Fontes; Danado de Bom (2016), de Derby Brennand; O Mercado de Notícias (2014), de Jorge Furtado; Mate-me por favor (2015), da estreante Anita Rocha da Silveira e O Olmo e a Gaivota (2014), de Petra Costa e a diretora dinamarquesa Lea Glob.
Todos os 33 filmes da mostra serão submetidos à votação popular e concorrem entre si, dentro de suas respectivas categorias, ao BrasilCine Popular Jury Feature Award, premiação que será realizada na cerimônia de encerramento do evento. Os curtas estão divididos nos temas gênero, performance e transgressão; política e liberdade; personagens e narrativas e ”o estranho em cada um de nós”.
O BrasilCine conta ainda com a versão infantil do festival, o Lilla BrasilCine, que esse ano será exclusivamente destinada à escolas.
“Estou muito orgulhosa de estar junto à organização do festival desde 2009 e ter contribuído para que vários filmes brasileiros tenham sido mostrados nos cinemas suecos. O BrasilCine me deu a possibilidade de criar laços mais fortes com o Brasil. Não apenas através do contato com os produtores e diretores, mas também através das incríveis histórias mostradas através desses anos. Encontrar novas pessoas através da cultura, apresentar histórias que emocionam e ver e ouvir reações dos visitantes me dá energia e garra para continuar”, conta Juliana Moreira, diretora do BrasilCine.
Além da Filmhuset, os filmes também serão exibidos no cinema Zita Folkets Bio, Tumbascenen e Universidade de Estocolmo (gratuitamente). – Nós estamos muito contentes com as escolhas desse ano e esperamos que essa edição do BrasilCine seja tão única para o público quanto foi para nós, envolvidos na preparação do festival,
finaliza Juliana Moreira.
Sobre o BrasilCine
O BrasilCine, único festival de cinema brasileiro na Escandinávia, oferece ao público nórdico uma seleção de filmes
brasileiros independentes de qualidade e que possuem um caráter inovador e experimental. O festival tem como objetivo promover e difundir a cinematografia brasileira nos países nórdicos, promover um debate sobre a sociedade brasileira e oferecer aos expectadores uma ampla visão do audiovisual brasileiro além do que é exibido em solo nórdico.
Lista completa de longas presentes no BrasiCine 2016:
Aquarius (2016), de Kleber Mendonça Filho
A Família Dionti (2016), de Alan Minas
A História da Eternidade (2015), de Camilo Cavalcante
Chatô – O Rei do Brasil (2015) de Guilherme Fontes
Danado de Bom (2016), de Deby Brennand
Mate-me por favor (2015), de Anita Rocha da Silveira
O Olmo e a Gaivota (2014), de Petra Costa e Lea Glob
O Último Cine Drive-in (2015), de Iberê Carvalho
O Mercado de Notícias, de Jorge Furtado
Xingu Cariri Caruaru Carioca (2016), de Beth Formaggini
Lista completa de curtas presentes no BrasiCine 2016:
A Navalha do Avô (SP), de Pedro Jorge
Alfredinho (RJ), de Vitor Souza Lima, Marcelo Santos, Venâncio Batalhone
Argentina, me desculpe (BA), de Leandro Afonso
As Incríveis Histórias de um Navio Fantasma (SP), de André Bomfim, Gustavo Rosa de Moura
Curta Memória (MG), de Arthur B Senra
Dias não virou noite (MG), de Nilmar Lage
Equinophobia (PR), de Bruno Surian
Intervenção (PE), de Pedro Maia de Brito
La Duda (RJ), de Philippe Noguchi
Lúcida (SP), de Fábio Rodrigo
Matias (SP), de Ricardo Martensen, Felipe Tomazelli
Muros (BA), de Camele Queiroz, Fabricio Ramos
O Corpo (RS), de Lucas Cassales
O quebra cabeça de Tarik (MG)
O Voo (SP), de Manoela Ziggiatti
Olhos de Botão (PE), de Marlom Meirelles
Para salvar Beth (SP), de Alan Medina, Theodoro Cochrane
Parque Pesadelo (PR), de Aly Muritiba, Francisco Gusso, Pedro Giongo
Rosinha (DF), de Gui Campos
Samba é madeira (RJ), de Fernanda Vogas, Xabier Monreal
Soberania (RJ), de Gabriel Moura
Tango (PR), de Francisco Gusso, Pedro Giongo
Uma família Ilustre (RJ), de Beth Formaggini