Crítica: O Espião Que Sabia Demais
Tenho uma grande paixão por filmes com temáticas policiais e me lembro muito bem que, durante a turnê de divulgação do filme Kingsman – Serviço Secreto, perguntaram ao ator Colin Firth qual era o melhor filme com essa temática para ele, que timidamente respondeu que ficava envergonhado em escolher um filme no qual ele participou, mas seu voto ia para O Espião Que Sabia Demais. Desde então, esse filme entrou para minha eterna lista de filmes que preciso ver, e essa semana resolvi a questão.
Originalmente chamado Tinker Tailor Soldier Spy, o filme é baseado em um livro homônimo de John le Carré e conta a história de George Smiley (Gary Oldman), agente do serviço secreto britânico (apelidado de Circus), que no início da década 1970, no auge da Guerra Fria, é contatado para fazer uma investigação dentro da própria agência para encontrar um possível agente duplo, que passa informações confidenciais para os soviéticos.
A primeira coisa que chama atenção na obra é a quantidade de rostos conhecidos e consagrados que fazem parte do filme, uma ótima escolha de elenco que é essencial para o desenvolvimento da história devido às atuações exemplares que nos são apresentadas, tendo como destaque Gary Oldman no papel principal do espião George Smiley, Benedict Cumberbatch, que interpreta Peter Guillam (agente de extrema confiança de George Smiley) e Tom Hardy como Ricki Tarr, agente desertor responsável pela denúncia sobre a existência de um agente duplo dentro do Circus.
Outro ponto muito importante que salta aos olhos do espectador é a caracterização correta das pessoas e dos ambientes conforme a época; não é preciso ler nenhuma sinopse antes de ver o filme para perceber em que década ele se passa. E a iluminação, ou a falta dela, que ao mesmo tempo que retrata Londres e todo seu cinza, traz ao filme o clima pesado e tenso ideal para contar a história que roteiro propõe.
Com movimentos de câmeras delicados e muitos detalhes, o filme é repleto de flashbacks e cenas sem diálogos que contrastam com outras que trazem discursos longos. A narrativa é intensa, o espectador é introduzido na história durante o decorrer dos fatos, e as informações iniciais só são apresentadas com o passar do tempo.
O filme exige atenção para poder compreender melhor os fatos, detalhes são importantes para a conclusão. Não sei porque demorei tanto para vê-lo, é um ótimo filme, com atores sensacionais e talvez eu até concorde com o Colin Firth e considere essa obra uma das melhores do gênero.
FICHA TÉCNICA
Direção: Tomas Alfredson
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner e Robyn Slovo
Roteiro: Bridget O’Connor e Peter Straughan
Elenco: Gary Oldman, Colin Firth, Tom Hardy, John Hurt, Toby Jones, Mark Strong, Benedict Cumberbatch, Ciarán Hinds
Ano: 2011
Classificação: 14 anos
Duração: 127 minutos