Crítica: Mr. Robot (2ª temporada)
Por Cayo Machado
Logo quando estreou em 2015, era evidente que Mr. Robot não seria mais uma série entre tantas. Sucesso de público e exaltada pela crítica especializada, a história do jovem hacker Elliot chamou a atenção por seu enredo nada convencional e cheio de reviravoltas, somada a uma direção rica em detalhes e, por que não dizer, artística. Com um primeiro ano tão empolgante, o hype para uma vindoura 2ª temporada era algo inevitável e cheio de preocupações, afinal, será que a qualidade da série se manteria?
Com um ritmo menos frenético e urgente se comparado à 1ª temporada, o segundo ano de Mr. Robot pouco avançou narrativamente, optando por focar mais no desenvolvimento dos seus personagens e nas consequências de seus atos e escolhas. É louvável e corajosa a preferência de Sam Esmail (criador, produtor, diretor e roteirista da série) por fazer dessa temporada menos dinâmica, porém não menos incrível. Não faltaram twists de explodir a cabeça e o roteiro nunca foi tão “fora da caixa”. Esmail conseguiu fugir do convencional e teve a chance de explorar e surtar ainda mais nesse universo que ele criou e pelo qual tem tanto apreço.
Apesar de ainda serem o centro da série, Elliot e seu “pai” (mais uma vez interpretados magistralmente por Rami Malek e Christian Slater) puderam dividir mais o foco com os coadjuvantes e suas tramas paralelas. Uma forma interessante de enxergar a história por diferentes frentes, evoluir ainda mais esses personagens tão fortes e mostrar tudo o que eles são capazes de fazer para alcançarem seus objetivos, seja qual forem os danos.
Deixando um gancho intrigante e uma porção de perguntas sem respostas, a 2ª temporada de Mr. Robot não só conseguiu se provar como também se inovou, sem medo de arriscar e botar a cara a tapa. Talvez ela não seja a série que merecemos, mas é a que precisamos.
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