Crítica: Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones
O segundo episódio das prequels de Star Wars, Ataque dos Clones, estreou nos cinemas em maio de 2002 com a importante missão de limpar a barra da LucasFilm. Seu antecessor, A Ameaça Fantasma, foi um grande sucesso comercial pelo hype sobre retorno da franquia aos cinemas após dezesseis anos de ociosidade. Mas toda a empolgação se converteu em um forte desprazer ante a qualidade da história e os temas apresentados. Nesse cenário, Ataque dos Clones seria o intermédio entre um filme massacrado pela crítica e a história que George Lucas sempre quis contar: A queda de Anakin Skywalker ao lado negro da força.
Dez anos após o fim do embargo comercial em Naboo, a República Galáctica passa a ser ameaçada por separatistas organizados pelo misterioso Conde Dookan. A Senadora Amidala vai até Coruscant para votar a favor da criação de um exército para combater os novos grupos que ameaçam a democracia, quando um atentado separatista coloca sua vida em risco. Após uma reunião com o Conselho Jedi, o Chanceler Palpatine decide colocar Padme sob a proteção do cavaleiro Jedi Obi-Wan Kenobi e seu aprendiz Anakin Skywalker. Com outra tentativa de assassinato à senadora, Obi-Wan parte para um sistema distante na intenção de descobrir mais sobre a ameaça separatista. Acaba sendo revelado ao mestre Jedi que a República teria feito a encomenda de um exército de clones dez anos antes. Anakin volta ao seu planeta natal com Padme para salvar sua mãe, que foi capturada pelo povo da areia.
A trama do episódio é mais simples que a de seu antecessor, deixando a parte entediante da política de lado. Mas Ataque dos Clones também não escapa dos problemas de ritmo que se repetem ao longo dos seis filmes. A computação gráfica já está datada, e os efeitos lembram gráficos de Playstation 2 quando assistimos em uma televisão full HD. Aliás, esta é a principal crítica sobre as prequels: Tudo parece oco e artificial, consequência do uso exagerado de recursos digitais e chroma key.
No elenco, temos a adição de Hayden Christensen como Anakin Skywalker. E para os fãs devotos de Star Wars, este já é um motivo para bater panelas. Ewan McGregor, por outro lado, revela uma face de Obi-Wan Kenobi que se assemelha muito ao ator original da trilogia clássica, Sir Alec Guinness. Padme Amidala, interpretada por Natalie Portman, não passa do esboço de uma personagem em potencial. Compare a profundidade da heroína dos episódios I, II e III com a Princesa Leia da trilogia clássica, ou até mesmo Rey de O Despertar da Força. Trata-se de uma personagem rasa que serve apenas como par romântico para Anakin.
Aproveitando o gancho, outro ponto muito criticado no roteiro de George Lucas é o romance forçado entre Anakin e Padme, partindo do ponto em que a senadora é totalmente indiferente sobre os sentimentos do aprendiz padawan – após dez anos sem qualquer contato – até jurar amor eterno antes da metade do filme. Alguns diálogos chegam a ser dignos de novelas mexicanas.
Seria este um problema dos atores? Ao nosso ver, Hayden Christensen e Natalie Portman foram apenas vítimas de um roteiro mal escrito. Afinal, é fácil se identificar com a queda de Anakin ao lado negro da Força. O garoto tem medo de perder aqueles que ama, e faria qualquer coisa por essas pessoas.
Mesmo com as críticas, Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones é perfeitamente capaz de alinhar a franquia nos eixos da história que George Lucas gostaria de contar. Diferente de A Ameaça Fantasma, este episódio cumpre sua missão de sair do ponto A até o ponto B, preparando a audiência para a conclusão do ato em A Vingança dos Sith, lançado em 2005.