Crítica: Love (1ª temporada)

Crítica: Love (1ª temporada)

Mesmo lançada há mais de 4 meses, Love é uma série não tão comentada pelos consumidores da Netflix, portanto merece uma crítica para, quem sabe, trazer novos interessados por esse seriado que já confirma uma segunda temporada.

Love possui muito mais fãs na Netflix americana do que na brasileira. É difícil sabermos exatamente o porquê, mas podemos especular que talvez os americanos estejam mais abertos que os brasileiros para com séries sem censura, um forte conteúdo sexual e roteiros lentos e elaborados.

A série é mais uma das “Originais Netflix”, mas foi criada, produzida e escrita por Judd Apatow (diretor de comédias famosas como Ligeiramente Grávidos e O Virgem de 40 Anos).

Diferentemente de seus filmes, Judd Apatow convida-nos a experimentar uma comédia diferente, nem um pouco convencional, que retrata o relacionamento amoroso de forma realista, e muitas vezes dolorosa.

Com diálogos longos e profundos, referências criativas e atuações infalíveis, a série se torna algo inovador, que tenta criar no espectador um sentimento constante de angústia; mas conquista nossa atenção ao construir personagens magníficos, de personalidades fortes, que apesar de terem muitas diferenças, encontram um lugar para reservar suas qualidades e defeitos em comum.

Os protagonistas são desenvolvidos de forma atenciosa, e não deixam a série cair em episódios ruins ou sem graça.

Mickey (Gillian Jacobs), é uma alcoólatra revoltada que normalmente não possui um bom humor, é desleixada e tem um grande apetite sexual. Trabalha em uma estação de rádio, onde não consegue suportar seus colegas de trabalho e seu chefe. E Gus (Paul Rust) é um professor de set e baixista nas horas vagas, que se esforça demais para ser bacana com todos, mas acaba constrangendo diversas pessoas com o seu humor diferenciado. Detalhista, culto e conformado são algumas de suas características.

Ambos terminaram um relacionamento recentemente e estão desacreditados no amor, mas percebem que talvez um seja a ajuda que o outro precisa.

É evidentemente fácil se identificar com vários aspectos dos personagens, que nesta série são o foco principal. Mas não são apenas os protagonistas que são interessantes, os personagens secundários também são notáveis e cativam qualquer um. Love é uma série com todo o conteúdo necessário para divertir o público, além de possuir episódios curtos e cheio de atrativos, que torna possível se deliciar naturalmente com essa história peculiar.

A organização dos episódios se torna algo curioso pois nem sempre os protagonistas se encontram durante todo um episódio, o que deixa a série intrigante e o espectador ansioso.

Vale a pena assistir, mas é preciso estar aberto a um ritmo lento, porém bem explorado, que se assemelha muito com nosso cotidiano.

João Pedro Accinelli

Amante do cinema desde a infância, encontrou sua paixão pelo horror durante a adolescência e até hoje se considera um aventureiro dos subgêneros. Formado em Cinema e Audiovisual, é idealizador do CurtaBR e co-fundador da 2Copos Produções. Redator do Cinematecando desde 2016, e do RdM desde 2019.

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