Achados e Perdidos: 6 dicas de Setembro

Achados e Perdidos: 6 dicas de Setembro

Bem-vindos aos Achados e Perdidos, nossa nova lista mensal! Nela cobriremos, ao fim de cada mês, filmes, séries e demais que tenham passado longe de nosso radar cultural ou que não tivemos chance de recomendar antes. Sem mais delongas, aqui estão as nossas dicas de setembro!

Homens, Mulheres e Filhos (2015, dir. Jason Reitman)

por Giovanna Arruda

As pessoas têm milhares de dramas na vida, mas com a ascensão das redes sociais a seleção do que é mostrado (geralmente é a extrema felicidade) e o que é mantido em segredo é cada vez maior. Em Homens, Mulheres e Filhos vemos como problemas pessoais cotidianos são tratados por crianças, adolescentes e adultos hoje em dia. O pai viciado em pornografia enquanto ignora a relação desastrosa da família, a mãe que é infeliz em casa e busca encontros casuais pela internet, o garoto viciado em games para omitir todas as questões da vida off-line e tantos outros personagens que fazem parte da história e facilmente poderiam ser encontrados na vida real, eles transformam o filme em um retrato verdadeiro e palpável da nossa realidade.

O longa de Jason Reitman ganha muitos pontos ao mostrar os problemas de jovens que expõe a vida inteira nas redes sociais e confrontá-los com as diversas questões de pais que regulam e controlam muito o que os filhos postam. Ninguém está totalmente certo ou errado, o bom senso é a eterna busca na vida dos personagens (e na nossa). Um outro fator que faz valer a pena conferir a história é a chance de poder ver o ator Adam Sandler interpretando um papel mais sério e profundo do que suas escolhas padrão de personagem.

Homens, Mulheres e Filhos está disponível na Netflix. 

Nunca Me Sonharam (2017, dir. Cacau Rhoden)

por Douglas Oliveira

A educação no Brasil é um prato cheio para o cinema explorar. Mais cheio ainda se o tema for a qualidade das escolas públicas do país. É justamente este o objeto em discussão no documentário Nunca Me Sonharam, que esteve em cartaz em junho deste ano. O filme se propõe a traçar um panorama das escolas de ensino médio do país por meio de entrevistas com personagens que compõem esse cenário e também especialistas da área.

O documentário conta ainda com depoimentos de professores e diretores de escola. Porém, seu grande diferencial é focar e dar voz aos jovens que estudam nas unidades em questão. É por meio das falas desses estudantes que nós realmente entendemos o e conhecemos a qualidade (ou falta dela) da educação nas escolas públicas brasileiras. O título do filme, aliás, é uma frase dita por uma das personagens do longa-metragem. Uma pena ter ficado pouco tempo em cartaz.

Nunca Me Sonharam pode ser conferido por educadores através do Videocamp, onde também está disponível uma agenda de suas exibições públicas. 

Shameless (2011 – presente, criada por Paul Abbott)

por Giovanna Orlando

Famílias completamente disfuncionais e problemáticas sempre dão um bom roteiro. Em Shameless (a versão americana), a beleza da série está em como todos os membros da família Gallagher tem algum problema, e não fazem ideia de como lidar com isso. A série mostra a realidade de uma família pobre, que mora na periferia de Chicago, com uma mãe ausente e um pai alcoólatra, em que todos os seis filhos tem que se apoiar na irmã mais velha para ter algum tipo de estrutura.

A graça em uma série assim é quão cotidiano e familiar esse tema pode ser. É impossível não se conectar ou criar empatia por algum dos personagens. Os problemas pelos quais eles passam também são absurdamente cotidianos e comuns: alcoolismo, problemas financeiros, problemas psicológicos, falta de perspectiva no futuro, abandono familiar e muito mais. Shameless é o tipo de dramédia que conquista o espectador, e nunca perde o ótimo nível.

Shameless é exibida no Brasil pelo canal I-Sat. 

Jerry Before Seinfeld (2017, dir. Michael Bonfiglio)

por Alexis Freda Perri

A série cômica Seinfeld tem seus adoradores, e também quem não curta. Mas é inegável o quanto Jerry Seinfeld, principalmente após a série, tornou-se um símbolo para muitos comediantes stand-up. Este mini-filme (apenas uma hora de duração) parte stand-up, parte documentário mostra Jerry Seinfeld onde tudo começou em sua carreira, na casa The Comic Strip em Manhattan, Nova York. Ele retorna ao berço cômico da grande cidade, fazendo uma apresentação aonde até repete duas das primeiras piadas que fez naquele mesmo palco, ainda na década de 70.

Este especial cômico da Netflix muito provavelmente não fará você gargalhar ou cair da cadeira, até passará bem longe disso. Mesmo assim, principalmente a quem admira este comediante, terá uma dose esperada do típico humor dele, de tiradas curtas com aquela voz esganiçada característica que sempre chamou a atenção. Daquele palco, ele chegou a se apresentar no The Tonight Show com Johnny Carson, e dali… às estrelas.

Jerry Before Seinfeld está disponível na Netflix. 

Embrace (2016, dir. Taryn Brumfitt)

por Letícia Piroutek

Estou recomendando este documentário para todas as mulheres que eu conheço, de todas as idades. Embrace é um documentário de Taryn Brumfitt, que ficou famosa ao postar fotos suas nuas após a gravidez, mostrando como o corpo de uma mulher fica diferente e que não há nenhuma vergonha nisso.

Em uma sociedade que impõe expectativas inatingíveis nas mulheres, Embrace lida com isso de forma leve e alegre e vemos histórias de mulheres de todos os formatos e tamanhos. Taryn fica dois meses longe da família, viajando pelo mundo e conversando com dezenas de pessoas sobre como nos sentimos em nossos próprios corpos e empoderando nossa relação complicada com ele. Vale muito a pena, e foi como se um peso saísse de minhas costas quando o documentário chegou ao fim.

Embrace está disponível na Netflix. 

A Era da Escuridão (2016, dir. Kim Jee-woon)

por Caio Lopes

O cinema sul-coreano é tipicamente conhecido por sua riqueza temática e esmero na produção, e com A Era da Escuridão não é diferente. O longa, que foi escolhido em 2016 como o representante da Coreia do Sul nos Oscars, é facilmente um dos mais instantaneamente digeríveis de seu diretor, mais habituado a filmes de gênero bastante brutais e algumas comédias de humor-negro.

O clima aqui é daqueles bons suspenses de espionagem das antigas, com o enredo girando em torno de um oficial da polícia japonesa (Song Kang-ho, excelente) e um líder rebelde da resistência coreana (o charmoso Yoo Gong) em meio ao domínio nipônico da Coreia do Sul. Com uma duração de 140 minutos, o filme poderia se tornar cansativo, porém seu ritmo o torna em uma emocionante jornada cheia de tensão e alguns momentos muito bem-vindos de intimidade. Um jogo de gato e rato que não deve ser ignorado.

A Era da Escuridão está disponível no NOW e no Google Play. 

Redação

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