Batman vs Superman: A origem antes do duelo

Batman vs Superman: A origem antes do duelo

Vamos relembrar os bons filmes – e alguns não tão bons – com esses personagens tão marcantes da cultura nerd?

BATMAN

1966 – Batman: O Filme 

Foi a primeira adaptação do personagem Batman feita para o cinema. O filme estreou dois meses após o lançamento da famosa série de TV (que é onde A Feira da Fruta nasceu) e conta com Adam West como Batman e Burt Ward como Robin. Os vilões do filme são a Mulher Gato, o Coringa e o Pinguim. 

1989 – Batman

Estrelado por Michael Keaton na pele de um Batman sério, o filme dirigido por Tim Burton marca a primeira produção do herói feita pela Warner Bros. Foi um sucesso de bilheteria e crítica, tendo recebido um Oscar por Melhor Direção de Arte. O três vezes oscarizado Jack Nicholson também ajudou a eternizar esse clássico com sua incrível atuação como Coringa, o principal vilão de Batman. O filme foi um ótimo início para a trajetória do herói, sem a comédia que existia no seriado com Adam West. 

1992 – Batman Returns

O Pinguim (Danny DeVito) e a Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer) são os vilões que Batman enfrenta nesse filme que possui um tom mais sombrio – e infelizmente o último a ter Tim Burton como diretor. Batman Returns também foi o último filme com Michael Keaton na pele do personagem principal, dando fim (ou melhor, uma pausa) nessa fase bem respeitada do Homem Morcego nos cinemas.

1995 – Batman Forever

Com a saíde de Burton, o diretor escolhido pela Warner dessa vez foi Joel Schumacher. Mas além da troca de diretor, o tom do filme também mudou e deu lugar à comédia, deixando de lado a seriedade dos dois filmes anteriores e remetendo ao seriado sessentista com todas suas cores, luzes e diálogos cômicos. Val Kilmer (como Batman), Jim Carrey (Charada), Chris O’Donell (Robin), Tommy Lee Jones (Duas Caras) e Nicole Kidman (Chase Meridian) fazem parte de um elenco cheio de exageros, porém sem profundidade alguma. Em poucas palavras, nos dias de hoje Batman Forever é um filme que a maioria dos fãs prefere esquecer.

1997 – Batman e Robin

Como Batman Forever obteve inacreditáveis 336 milhões de dólares enquantoBatman Returns fez “apenas” 226 milhões, a Warner tinha certeza que o público não queria violência, e sim mais sutileza – e cores. Joel Schumacher (como diretor novamente) optou por um novo Batman e o escolhido foi George Clooney, que ainda estava em ascenção na época. Assim como em Batman Forever, Batman e Robin é uma lição do que não se pode fazer com o nosso Cavaleiro das Trevas, que foi trabalhado de maneira rasa e ainda cômica. A adição de Batgirl (Alicia Silverstone), Mr. Freeze (Arnold Schwarzenegger) e Hera Venenosa (Uma Thurman) tornam o filme confuso por ter tantos personagens. O faturamento foi baixo e fez o nosso querido Batman ficar enterrado com os morcegos por oito anos – até a chegada de Christopher Nolan, o salvador de Gotham City.

2005 – Batman Begins

Se para muitos a HQ O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, conta a história definitiva do Homem Morcego, a trilogia cinematográfica de Christopher Nolan segue essa mesma linha. Ela não é 100% perfeita, mas agradou o imenso público que estava à espera de uma história digna e bem aproveitada, começando lá do início, desde quando Bruce Wayne (Christian Bale) perde seus pais e posteriormente também perde seus medos para se tornar o vigilante de Gotham. Optando pelo lado sombrio e, sobretudo, pelo tom realista, Nolan escreveu o roteiro em parceria com David Goyer e dirigiu Batman Begins, um sucesso de crítica e público. 

2008 – The Dark Knight

Perfeição. Não existe outro jeito de resumir o segundo filme da trilogia de Nolan. Esse é o filme que os fãs sempre esperaram! E não é só pelo Coringa (Heath Ledger), que roubou literalmente todas as cenas; nem pelo fato de ter recebido oito nomeações ao Oscar e ter feito mais de um bilhão de dólares pelo mundo: a perfeição que define esse filme é por ele não ser apenas um filme de herói. Diversos personagens são aprofundados, não só Batman, o heroi em questão (e que se encontra em muitas formas como um coadjuvante em seu próprio filme). Em Batman Begins já era possível ver que Bruce Wayne/Batman é um personagem complexo, e em The Dark Knight todo o senso de justiça que está em seu sangue é testado de maneira brutal pelo Coringa com seus “jogos” cheios de discussões éticas e filosóficas. Os irmãos Nolan, roteiristas do filme, alcançaram um nível altíssimo (e até agora intocável) no patamar de filmes de super-herois justamente por irem além e não se apegarem apenas ao gênero de heroi. Os irmãos viram que haviam mais elementos a serem explorados, e é aí onde mora a grandiosidade de The Dark Knight: uma história que mostra as consequências de ser uma figura heroica em uma cidade onde a corrupção e o crime andam de mãos dadas.

2012 – The Dark Knight Rises

Para finalizar a sua trilogia, Christopher Nolan resolveu trazer personagens já bem conhecidos pela cultura nerd, como a Mulher Gato (Anne Hathaway) e Bane (Tom Hardy), vilão responsável por deixar Batman inválido em um duelo nos quadrinhos. Além de The Dark Knight Rises se passar oito anos após os eventos do filme anterior e de todo o terror que o Coringa criou em Gotham, a tensão já era grande só de saber que o Bane já estaria no filme. Mas a grande surpresa foi Talia Al’Ghul (Marion Cotillard) aparecer para vingar o pai, Ras Al’Ghul, vilão do primeiro filme da trilogia, assim como a aparição de Robin (Joseph Gordon Levitt). Ao misturar diversas histórias dentro da trama principal, o filme acabou ficando um pouco confuso em alguns momentos e seguiu clichês já conhecidos. Apesar disso, o desfecho dessa inesquecível trilogia foi bem recebido pela crítica e pelos fãs, mas mais do que isso, o trabalho de Nolan foi essencial para eternizar uma história fiel sobre o Cavaleiro das Trevas no cinema.

SUPERMAN

1978 – Superman 

1980 – Superman II

A história de Kal-El no cinema começou há décadas atrás, e sua linha de narrativa séria e forte atraiu uma legião de fãs desde sua estreia nos cinemas, em 1978. O filme Superman foi uma grande adaptação e a primeira de inúmeras que foram produzidas ao longo dos anos. Desde o pôster do filme já havia algo de diferente: “Você vai acreditar que o homem pode voar” era o que a aparecia junto com a imagem de um homem de roupa azul e capa vermelha, voando. Ambos os longas, Superman e Superman II, foram rodados simultaneamente, porém com dois diretores: Richard Donner no primeiro e Richard Lester no segundo. Christopher Reeve, o protagonista de quatro filmes da franquia, é até hoje considerado por muitos como o Super-Homem definitivo por ter uma presença heroica e um charme inegável na pele de Clark Kent. O primeiro filme possui um elenco estelar, de Gene Hackman como o vilão Lex Luthor, a Marlon Brando como Jor-el, pai de Superman. Mas a força que os dois primeiros filmes têm também se deve pela atuação cheia de personalidade de Margot Kidder como Loius Lane, a grande paixão da vida de Clark Kent. A dinâmica entre os dois personagens é divertida e apaixonante, e é impossível não torcer pelo casal. Ambos os filmes captaram a essência de um personagem louvável, íntegro e com um grande senso de justiça, assim como Batman.Superman I e II, além de clássicos, são filmes indispensáveis para qualquer fã de super-herois.

1983 – Superman III

Depois do sucesso alcançado nos dois filmes da franquia, os fãs de Superman esperavam por mais um filme grandioso, afinal, Superman II é uma continuação digna e que prendeu a atenção do público. Infelizmente isso não aconteceu emSuperman III, também com a direção de Richard Lester, pois a história contada aqui não faz jus às características vistas antes: o drama, uma história bem amarrada e a seriedade. No episódio III há comédia até demais, ainda mais porque conta com a participação de um comediante chamado Richard Pryor, bem famoso na década de 70 e 80 que interpreta um gênio da informática. Christopher Reeve é a melhor coisa do filme e como sempre está fantástico como Clark Kent/Superman, com o lado mais cômico do personagem presente na tela em grande parte do tempo. 

1987 – Superman IV 

O quarto filme da série marca o fim da era de Christopher Reeve como Superman no cinema. Devido a mudança de produtora e diretor, Superman IV é considerado como o filme mais fraco pelos fãs, apesar de ter uma premissa interessante: uma campanha de desarmamento nuclear mundial que Superman defende e faz de tudo para acontecer (e essa época era justamente a da Guerra Fria). Um ponto positivo do longa é a volta de Gene Hackman como Lex Luthor, o maior vilão de Superman. A atuação carismática e bem humorada de Hackman sempre foi muito elogiada, mas é claro que não ultrapassa o carinho que Reeve teve e sempre terá dos fãs. Mesmo com alguns defeitos, a quadrilogia Superman é até hoje tratada com respeito (principalmente a história do primeiro longa), inclusive por diretores como Zack Snyder e Bryan Singer, responsáveis pelos filmes do Último Filho de Krypton no século XXI!

2006 – Superman Returns

Bryan Singer (de X-Men) queria muito dirigir um filme do herói, uma vez que cresceu sendo fã de Superman, sobretudo do primeiro filme da série. Apesar desse retorno à seguir a linha narrativa dos eventos dos episódios I e II, Singer ignorou os filmes III e IV. O resultado é uma continuação dos filmes originais, onde vemos que Superman se ausentou da Terra por cinco anos e, quando retorna para o nosso planeta, encontra Lois Lane com um filho e o vilão Lex Luthor fora da prisão. Com um elenco que vai de Brandon Routh a Kevin Spacey, Superman Returns arrecadou quase 400 milhões de dólares pelo mundo e foi elogiado pela crítica. Além do trabalho competente de Singer em dar um retorno ao personagem dos quadrinhos, é claro que a expectativa dos fãs também ajudou o sucesso do filme, e foi muito bom ter Clark Kent de volta após quase vinte anos.

2013 – Man of Steel

Este é um filme muito importante para a nova geração de filmes de super-herois da DC Comics – e que só podia ser iniciado com o Super-Homem. O diretor Zack Snyder (de 300 e Watchmen) já planejava uma sequência para o filme com a presença do Batman e outro sobre a Liga da Justiça desde a produção de Man of Steel, que possui um tom muito mais sombrio e violento, nunca visto nos filmes anteriores. O elenco por si só já é forte: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Russell Crowe, Diane Lane e Kevin Costner. As cenas de ação são extremamente bem feitas, assim como o reinício do personagem, mas ao mesmo tempo, as passagens de tempo e o desenvolvimento de alguns personagens deixam a desejar. E ainda houve a polêmica sobre uma atitude drástica que Superman toma em determinado momento, quando mata o vilão Zod. O filme mais querido dos fãs – pelo menos para mim – continua sendo o de 1978, mas sempre é satisfatório ver um personagem tão admirado como o Superman nas telonas com uma roupagem diferente, tanto em seu uniforme como em aspectos fílmicos!

Barbara Demerov