Crítica: Amor e Amizade

Crítica: Amor e Amizade

Adaptação do livro Lady Susan, escrito pela aclamada autora Jane Austen, o filme se passa na Inglaterra do final do século 18 e conta a história de Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale), uma jovem viúva falida que vive de favores de familiares, mas não perde a pose de integrante da nobreza e insiste em procurar pretendentes ricos para si mesma e para sua filha, a doce e tímida Frederica (Morfydd Clark). Em uma sociedade repleta de rumores sobre o charme e a reputação de Lady Susan, vemos uma personagem nada frágil e muito ardilosa para conseguir colocar todos seus planos em prática sem prejudicar seus prazeres mundanos, passando por cima de quem for preciso, até mesmo da filha.

Os figurinos impecáveis e a trilha sonora perfeitamente casada com os momentos do filme são responsáveis pela imersão do espectador em um mundo tão distante, mas que ao mesmo tempo trata de um tema atual, sociedade preconceituosa que julga cada passo de seus membros. Por vezes, durante o filme, me peguei imaginando que esta história poderia muito bem se passar em 2016.

A obra tem seus pontos altos, mas não chega a ser um ótimo filme. Existem problemas de narrativa que as vezes incomodam, talvez por ser uma adaptação de uma das primeiras obras de Jane Austen, que ainda não tinha seu estilo próprio de contar histórias, mas já apontava os caminhos que seguiria com personagens principais femininas fortes.

Só não vá ao cinema esperando ver algo que lembre Orgulho e Preconceito, uma vez que este filme é uma comédia que te garante algumas boas risadas e te faz pensar sobre como a sociedade e seus julgamentos pouco evoluíram nesses quase 3 séculos.

FICHA TÉCNICA
Direção e roteiro:
Whit Stillman
Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Morfydd Clark, Xavier Samuel, Tom Bennett, Stephen Fry, Emma Greenwell, Jenn Murray, James Fleet, Jemma Redgrave
Duração: 92 minutos
Lançamento: 11 de agosto de 2016

Giovanna Arruda