Jennifer Lawrence te surpreenderá em Operação Red Sparrow; saiba o que esperar
O novo filme do diretor Francis Lawrence é um thriller de espionagem que conta com a vencedora do Oscar Jennifer Lawrence. Ambientado na Rússia do século XXI (com um estilo que nem parece se passar nos dias atuais), Operação Red Sparrow conta a história de Dominika Egorova (Lawrence), bailarina que, quando forçada a se aposentar, segue um caminho um tanto quanto diferente: o de se tornar uma Sparrow, um tipo de agente treinada pelo governo russo cuja missão é seduzir e conseguir o que é necessário sem muitas dificuldades.
Divulgado como um filme de ação, Operação Red Sparrow pode desapontar aqueles que esperam por uma avalanche de cenas de de lutas e perseguições; na verdade, o foco aqui é apresentar o que é se tornar uma espiã russa. No entanto, a surpresa fica para a qualidade técnica do longa, cuja montagem e fotografia costuram muito bem a trama (especialmente no primeiro ato do filme, de longe o melhor). Tais artifícios, assim como o design de produção, elevam o filme – apesar de o roteiro se perder um pouco à medida que vai se aprofundando. Como todo filme de espionagem requere, há uma série de acontecimentos rocambolescos que necessitam, no mínimo, muita atenção do espectador!
Jennifer Lawrence, após se entregar em mãe!, também se mostra muito entrosada com sua personagem aqui, convencendo com sua atuação principalmente nos momentos de frieza e calculismo. Ao lado de Joel Edgerton, que interpreta um agente da CIA, a atriz protagoniza ótimas cenas e a dinâmica entre ambos está mais do que convincente. A questão do mistério e da dúvida que paira ao se conhecerem constrói um clima interessante e que prende a atenção.
As cenas de tortura são fortíssimas e, de fato, necessárias para dar um tom diferente e provocante ao filme (especialmente as que acontecem dentro da escola de espionagem). Não há violência “gratuita”, pois tais sequências fazem parte do que é ser uma Sparrow. O problema está na linha tênue que é apresentar a personagem como uma arma sexual, com focos determinados e objetivos traçados em suas missões, e mostrá-la apenas como um pedaço de carne. O filme faz estas duas escolhas e, mesmo quando a nudez de Jennifer Lawrence faz sentido para a narrativa, soa forçada e desgastada, como se servisse apenas para “exibir”. A grande sorte é que, em seu terceiro ato, Operação Red Sparrow volta aos trilhos e entrega uma conclusão satisfatória.
Mesmo se vendo dentro de um beco sem saída, Dominika consegue se sair muito melhor do que imagina – o que impressiona tanto a Rússia quanto os Estados Unidos. O filme consegue expor bem o fato da protagonista conseguir superar os inúmeros desafios, abusos e problemas a fim de seguir seu próprio caminho. E é isso que faz Operação Red Sparrow finalizar sua história de maneira positiva, pois dá margem para a protagonista ser o que ela bem quiser, e não o que o Estado (ou seja quem for) ditar.