Crítica: ARQ
Para suspenses de ficção científica que prendem nossa atenção e nos faz esquecer todos os problemas pessoais, ARQ é ótimo. Por outro lado, poderia ser melhor em algumas questões temáticas que facilitariam a compreensão do espectador, que mal tem tempo para refletir durante esse agitado filme.
O novo longa original Netflix, dirigido e escrito por Tony Elliott, possui elementos convidativos como: a fotografia, que usa de cores claras e frias para criar um ambiente distópico e angustiante, o qual adentramos rapidamente; os cortes oportunistas e a química entre os personagens. Já o enredo é um tanto quanto confuso, pois a premissa é instalada aos poucos e às pressas, com o intuito de preparar o público para a inquietação das cenas dinâmicas que vem logo a seguir.
A história se baseia num futuro próximo, onde o petróleo (principal fonte de energia) secou completamente. Em conta disso, pessoas estão atrás da nova tecnologia ARQ, responsável por fornecer energia ilimitada, dando um basta nas guerras que estão acabando com o mundo. Só que o que ninguém sabe é que essa tecnologia pode fazer com que o tempo se repita, gerando ‘loops’ que sustentam todo o filme. Estão nesses ‘loops’ e em suas consequências o maior charme da obra. As atuações do casal protagonista (Robbie Amell e Rachael Taylor) são no mínimo razoáveis e a direção também não é ruim. O roteiro já possui cenas frenéticas, carregadas de ação e outras atividades notáveis, e as falas não desapontam.
Alguns movimentos de câmera desnecessários acabam deixando algumas cenas maçantes. Porém o filme ainda consegue cumprir com seu objetivo: criar uma história ficcional que abrace o espectador e não deixa-o perder nenhum momento desse filme eletrizante e cheio de reviravoltas. Acho bacana também ressaltar que essa produção de baixo orçamento foi filmada inteiramente em apenas uma locação, variando só seus cômodos.
Outro ponto que poderia ter sido mais explorado pelo roteirista é a interação entre os antagonistas, que por não ter sido muito elaborada, tornaram suas presenças superficiais, com diálogos previsíveis e cansativos. Além disso, a mise-en-scène (posicionamento de atores, objetos e iluminação) poderia ter sido melhor trabalhada, proporcionando uma sensação mais convicta das características do ambiente, e dos personagens.
De qualquer modo, o filme vale a pena ser visto pelos cinéfilos que adoram ficção científica. A história é interessante ao ponto de te fazer pensar naquele filme por um dia inteiro. O único pré-requisito para assistir, é ver com uma grande atenção nos diálogos e nas cenas, pois é fácil se perder durante o segundo e o terceiro ato (meio e fim do filme).
FICHA TÉCNICA
Direção e Roteiro: Tony Elliott
Elenco: Robbie Amell, Rachael Taylor, Shaun Benson, Gray Powell,
Jacob Neayem, Adam Butcher.
Direção de Fotografia: Daniel Grant
Produção: Matt Levin
Gênero: Suspense/Ficção Científica
Duração: 88 min.
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