Crítica: Um Homem Só
Arnaldo (Vladimir Brichta) é um homem infeliz, preso a um casamento infeliz e dependente de um emprego entediante, vive uma vida miserável sem uma válvula de escape sequer que o anime, até que conhece Josie (Mariana Ximenes), uma garota misteriosa, linda, mais nova, mais livre do que ele e dona de um cemitério de animais. Percebendo em Josie a chance de fazer sua vida valer a pena, Arnaldo ouve rumores sobre uma clínica que faz cópias das pessoas para que sejam colocadas nas rotinas torturantes enquanto as versões originais fogem para ter uma vida feliz. Arnaldo resolve sem pestanejar que essa é a solução para sua vida, só que as coisas não correm como esperado e ele precisa fugir de muitas coisas – além de sua vida chata.
Um Homem Só, é o belo título ambíguo que nomeia este primeiro longa-metragem da roteirista e diretora Claudia Jouvin, com uma sólida carreira na televisão, que contou com a ajuda de suas melhores amigas Maria Carneiro de Cunha e Mariana Ximenes para produzi-lo. Visualmente obscura, a fotografia da obra traz um imenso contraste entre as cores que retratam a rotina de Arnaldo e a vida que ele almeja.
Embora o filme seja claramente uma comédia romântica, é interessante ver a experimentação do roteiro ao abordar um tema que envolve ficção científica, ainda que de uma maneira de “abrasileirada”. Com um elenco repleto de grandes nomes, não é de se assustar que em poucos minutos o espectador já se sinta como parte da história e torça para o futuro dos personagens.
O ponto alto do filme é a relação de amizade entre Arnaldo e Mascarenhas (Otávio Muller), dupla essa que é responsável pelas melhores risadas que o filme causa e por belos momentos de emoção. Já Mariana Ximenes é um caso à parte, em seu primeiro trabalho como produtora ela consegue se entregar também com uma intensidade maravilhosa à personagem, que exigiu muito trabalho de caracterização para poder se tornar a ruiva e sardenta Josie. Uma pena que ela tenha fortes traços de Manic Pixie Dream Girl. A história de Josie vai ganhando tramas mais profundas com o passar do tempo, mas de maneira realmente insatisfatória para criar um background suficiente para a personagem.
Mesmo com seus defeitos, o longa consegue inovar e surpreender o espectador, não só pelo tema diferente que retrata, mas também pelo roteiro bem construído, que entrega comédia, ficção científica, ação, suspense e romance. É um prato cheio para quem busca diversão e entretenimento bem feitos.
FICHA TÉCNICA
Direção e roteiro: Claudia Jouvin
Produção: Maria Carneiro da Cunha, Mariana Ximenes
Fotografia: Adrian Teijido, ABC
Maquiagem: Martin Macias Trujillo
Elenco: Vladimir Brichta, Mariana Ximenes, Otávio Muller, Ingrid Guimarães, Eliane Giardini, Daniel Aráoz, Milhem Cortaz, Aramis Trindade, Cadu Fávero , Murilo Grossi, Natalia Lage, Luiza Mariani, Sandro Rocha, Letícia Isnard, Débora Lamm, Julio Levy, Maurício Rizzo, Mabel Cezar, Paulinho Serra.
Classificação: 14 anos
Duração: 88 minutos
Lançamento: 29 de setembro de 2016
Um comentário em “Crítica: Um Homem Só”
Comentários estão encerrado.