iZombie: Vale a pena assistir?

Esta série pode entrar para a lista do catálogo da Netflix que você, certamente, parou, leu a sinopse e passou reto: iZombie. Como uma série que trata zumbis com humanidade pode ser interessante? A mesma receita foi utilizada no filme Meu Namorado é um Zumbi (2013), e apesar da boa aprovação de 80% nas reviews especializadas do site Rotten Tomatoes, o tom da história foi questionado por ser leve e engraçado. Bem diferente da abordagem violentíssima de The Walking Dead, World War Z e outras obras que retratam o apocalipse zumbi.

iZombie, assim como The Walking Dead, também é baseada em uma série de quadrinhos. Escrita por Chris Roberson e Michael Allred, a obra é publicada pelo selo Vertigo, subdivisão da DC Comics que produz histórias voltadas ao público adulto. A adaptação para a TV foi dirigida por Rob Thomas e Diane Ruggiero-Wright, e com certeza merece sua atenção. Com apenas uma temporada no Netflix, a próxima já está programada para chegar ao aplicativo no dia 06 de outubro.

Olivia “Liv” Moore é uma promissora

médica residente na casa dos 25 anos, aproveitando todos os encantos de sua vida: um bom emprego, uma família afetuosa, e seu noivo Major Lilywhite. Após um de seus plantões, Liv é convidada para uma festa em um iate por uma das residentes do Hospital Geral de Seattle. Apesar de não ser uma pessoa festiva, a garota decide comparecer, não contando com o ataque de uma horda de zumbis naquela noite. E lá se vão o emprego, as relações com a família e seu noivado com Major, uma vez que Liv se transforma em um dos comedores de cérebro. A garota deixa seu emprego no hospital para trabalhar no necrotério do Departamento de Polícia de Seattle, onde pode encontrar cérebros sem precisar violar túmulos.

Esta parte pode soar estranha à primeira vista: Como um zumbi pode retomar sua vida? Na mitologia de iZombie, eles são pessoas normais quando têm acesso a cérebros. Mas podem se transformar nos monstros famintos que já conhecemos quando não podem comer massa encefálica. É como se a ingestão de cérebros fizesse parte do ato de manter a sanidade. Zumbis também possuem outras habilidades, como super-força em momentos de adrenalina e visões do dono do cérebro da última refeição.

Esta habilidade, por sua vez, é fundamental para o trabalho de Liv, uma vez que pode utilizar memórias de vítimas de assassinatos para encontrar seus algozes. Ela também recebe certas habilidades e características das vítimas, afetando diretamente seu comportamento. Por exemplo: Ao comer o cérebro de um alcoólatra, Liv sente grande necessidade de beber. Da mesma maneira, se Liv comer o cérebro de um atirador de elite, sua destreza será elevada. Para desvendar os mistérios por trás das vítimas que chegam ao necrotério, Liv tem a ajuda do examinador Dr. Ravi Chakrabarti e do detetive Clive Babineaux, formando o trio principal da série.

iZombie também não esconde suas referências diretas herdadas das graphic novels da DC Comics. Cada bloco de episódio funciona como um capítulo de HQ, mostrando a situação cartoonizada antes de voltar ao material. A série também não chega a ser gore, mas cadáveres abertos aparecem em quase todos os episódios.

É difícil descrever o perfil de público que iZombie tenta atingir. Mas se a série não for do agrado do telespectador, ele perceberá ainda nos primeiros episódios. Os personagens são ricos e cativantes. Principalmente Liv, interpretada por Rose McIver (Power Rangers, Master of Sex). A série é narrada por ela, deixando ainda mais evidente a maneira que o cérebro de uma vítima pode interferir em seu comportamento. iZombie é um sucesso no canal americano The CW, recebendo criticas muito positivas. A única ressalva seria sobre o tom leve e cômico, afastando audiências que procuram algo mais sério. Ela pode ter passado batida pelo fato de nenhum canal brasileiro ter se interessado em transmiti-la, mas vale a pena maratonar a primeira temporada e preparar o coração para o que ainda está por vir. É uma experiência que, com certeza, valerá muito a pena para fãs de cultura pop.