Crítica: Trolls
Até mesmo os maiores clichês podem dar certo em uma animação. Essa frase resume bem o que Trolls, lançamento da DreamWorks Animation, entrega. Como estamos vivendo em uma época em que é mais do que bem-vindo revisitar personagens que foram ícones da cultura pop há um tempo atrás, os bonequinhos que fizeram muito sucesso pelo mundo também tiveram a chance de ganhar uma animação só deles – e uma animação cheia de vida, cores e (ótimas) músicas.
Os Trolls são criaturas coloridas que adoram dançar, abraçar e cantar a basicamente todo o instante. São extremamente amáveis e carinhosos, e vivem em um local que seria perfeito caso não estivesse rodeado de Bergens, ogros que invejam a felicidade dos Trolls e tentam encontrá-la promovendo um evento anual chamado Trollstício, onde eles devoram as pequenas criaturas coloridas para tentarem ser felizes também. Mas isso muda quando o rei Peppy consegue fugir da área cercada por Bergens com toda a população Troll. Eles vivem por 20 anos em harmonia (e longe de toda a maldade dos inimigos) no meio da floresta, mas na noite em que as criaturas comemoram em uma festa bem barulhenta seus 20 anos de liberdade, eles são surpreendidos por um ataque de uma Bergen que procurava vingança.
Tronco (Justin Timberlake), o único troll que perdeu sua cor devido à amargura, foi o que deu alerta à Princesa Poppy (Anna Kendrick), filha do rei, e seus amigos que fazer uma festa naquela noite seria algo perigoso, mas como ele não foi levado a sério, alguns Trolls acabaram sendo levados pela ogra. A determinada Poppy, em meio a muita cantoria e danças, resolve ir atrás dos vilões para salvar seus amigos – e é claro que Tronco, o oposto de Poppy, acaba indo junto. Talvez o desenvolvimento dos dois seja um dos maiores clichês de Trolls, pois torna a história mais previsível e, de certo modo, mostra o padrão dentro do que estamos “acostumados” a ver. Porém, o arco de Tronco é muito interessante e dá um toque dramático na história, pois é ele quem carrega uma mensagem emocionante.
Empatando com o visual – que é muito bonito -, o ponto alto da animação certamente é a escolha das músicas que os personagens cantam ao longo do filme, que vai des Hello (Lionel Richie), The Sound of Silence (Simon & Garfunkel) até True Colors (Cyndi Lauper). Justin Timberlake e Anna Kendrick dão um show com suas vozes, assim como Zooey Deschanel, que dubla a Bergen do bem chamada Bridget.
Com referências muito divertidas a O Iluminado e Cinderela, Trolls é uma animação que não procura apenas agradar ao público infantil, o que torna a experiência dos adultos muito agradável também (principalmente pelo ponto de vista musical). Pode não ter o desenvolvimento emocional que Divertida Mente possui e nem ousar no roteiro, mas é eficaz no que se propõe entregar: uma experiência doce e contagiante. Afinal, um pouco de cor não faz mal a ninguém!
FICHA TÉCNICA
Direção: Mike Mitchell, Walt Dohrn
Roteiro: Glenn Berger, Jonathan Aibel
Elenco: Aino Jawo, Anna Kendrick, Caroline Hjelt, GloZell Green, Gwen Stefani, James Corden, Justin Timberlake, Kunal Nayyar, Meg DeAngelis, Ron Funches, Russell Brand
Produção: Gina Shay
Fotografia: Yong Duk Jhun
Montador: Julie Rogers
Trilha Sonora: Christopher Beck
Um comentário em “Crítica: Trolls”
Comentários estão encerrado.