Crítica: Halloween (1978)
Por Cayo Machado
“It was the boogeyman…” – Laurie
“As a matter of fact, it was” – Dr. Sam Loomis
Foi por meio da inspiração e do propósito em relatar a origem do “mal encarnado”, aquele sem justificativa ou qualquer explicação real, que o cineasta John Carpenter, no ano de 1978, criaria um dos maiores clássicos de terror da história do cinema, o projeto de sua vida, Halloween. A obra é considerada até hoje fonte de inspiração e objeto de reverência para jovens e antigos diretores do meio cinematográfico, além de trazer consigo uma multidão de fãs devotos e amantes do gênero.
O filme conta a história de Michael Myers, psicopata que foi aprisionado em uma instituição psiquiátrica após assassinar sua irmã mais velha, na noite do dia das bruxas. Após 15 anos de reclusão, em uma determinada noite ele consegue escapar e parte em direção à sua cidade natal, onde começa a perseguir Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) e suas amigas, ao mesmo tempo em que é caçado por seu ex psiquiatra, Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence).
Escrito por Carpenter e a roteirista Debra Hill, o enredo todo é construído apoiando-se no terror psicológico, ao mesmo tempo em que evita passar informações em demasiado, deixando para o público interpretar, mantendo assim a áurea de mistério e curiosidade. Os protagonistas Laurie, Sam Loomis e Michael são apresentados da forma mais clara e direta possível. A força e importância de cada um no desenrolar da trama é feita de forma natural, sem a necessidade de auto afirmação.
Utilizando a inesquecível trilha-sonora quase como uma personagem, o diretor aposta em uma pesada atmosfera de suspense desde os primeiros minutos do longa (toda a sequência em que enxergarmos pelos olhos de Michael quando criança é impecável), e consegue levar ao espectador vários momentos em que verdadeiras sensações de desconforto, incômodo e claustrofobia são sentidas. Grande parte dessa tensão se deve a presença onipresente de Michael – ela é sentida durante todo o filme mesmo ele não estando em cena, e é isso que o faz ser um personagem tão único.
Precursor do slasher movies, gênero que ajudaria a criar posteriormente os também memoráveis Jason e Freddy Kruguer, o Halloween de John Carpenter é obrigatório. A importância dessa obra ao cinema de terror é inegável, não somente por sua composição e direção, mas por sua forma de interpretar o mais temeroso medo, silencioso e sempre à espreita, aquele que adentra a nossa cabeça sem pedir. Ele é o verdadeiro mal, ele é Michael Myers, ele é o bicho papão.
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