Crítica: A Cura
Estrelando Dane DeHaan (Chronicle, The Place Beyond the Pines), A Cura, dirigido por Gore Verbinski (de O Chamado) é um thriller que gira em torno de Lockhart, um jovem empresário capitalista que trabalha em Wall Street. Após a morte de um colega de trabalho, Lockhart é enviado para a Alemanha na missão de buscar o empresário Pembroke (Harry Groener) em um sanatório, para que ele possa fazer o trabalho do falecido.
A Cura é, infelizmente, o típico filme que se perde na própria história, subestimando a inteligência de seu público. Porém, é preciso destacar os aspectos técnicos: a fotografia é assinada por Bojan Bazelli (ele já trabalhou com Verbinski em O Chamado), que faz um lindíssimo trabalho com os ângulos e a cor esverdeada de todo o filme, que sempre remete à doença e ao mal-estar que o sanatório quer passar. Mas é aí que para o encanto.
A história se perde ao tentar contar diversas coisas ao mesmo tempo. A impressão que passa é que roteiros diferentes foram amarrados um ao outro para tentar contar algo no mínimo interessante, mas sem uma conclusão concreta em nenhum deles. Ficamos perdidos com o personagem de Lockhart; tecnicamente, ele é um capitalista sanguessuga, mas imediatamente se preocupa com o que está acontecendo dentro do sanatório e a lenda que lhe é contada assim que chega ao local afastado.
A atuação de Dane DeHaan, que me lembra sempre um jovem Leonardo DiCaprio, nos deixa aflitos pelo personagem, mas só até um certo ponto. Lockhart tem inúmeras possibilidades de escapar do sanatório mas está tão preocupado com Pembroke (com quem ele não tem relação nenhuma além do trabalho), que começamos a ficar com mais irritação. Mais para frente, ele conhece Hannah (Mia Goth), que é como uma filha para Volmer (Jason Isaacs), o misterioso dono do sanatório.
Além de tudo, o filme é longo – com duas horas e meia de plot twists constantes, personagens inúteis e diversos confrontos com Volmer que nunca levam a nada. Quando você acha que o filme está prestes a acabar, algo novo acontecia, o que até rendeu risadas cansadas do público. Do segundo ato para o fim, A Cura acaba se tornando um trash de alto orçamento, se estendendo por diversos minutos. O filme teria funcionado muito melhor como uma minissérie da HBO caso a história fosse mais bem desenvolvida, e não perdido tanto tempo em cenas desnecessárias para o avanço do plot. Uma pena, mas este é mais um caso onde o trailer é melhor que o próprio filme.
FICHA TÉCNICA
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Justin Haythe
Elenco: Adrian Schiller, Angelina Häntsch, Annette Lober, Carl Lumbly, Celia Imrie, Craig Wroe, Dane DeHaan, Eric Todd, Godehard Giese, Ivo Nandi, Jason Babinsky, Jason Isaacs, Jeff Burrell, Johannes Krisch, Johnny Otto, Judith Hoersch, Leonard Kunz, Lisa Banes, Magnus Krepper, Mia Goth, Susanne Wuest, Tomas Norström
Gênero: Terror
Produção: Arnon Milchan, David Crockett, Gore Verbinski
Fotografia: Bojan Bazelli
Montagem: Lance Pereira, Pete Beaudreau
Trilha Sonora: Hans Zimmer
Duração: 146 min.