Crítica: Malala
Em 2012, uma garota de 15 anos foi baleada no Pasquitão pelo simples fato de querer estudar e lutar para que todas outras meninas do seu país e do mundo tenham esse direito. Felizmente o atentado não foi bem-sucedido, e em 2014, após continuar sua batalha pela igualdade, Malala Yousafzai se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
O documentário Malala é quase inteiramente baseado no livro autobiográfico da garota, chamado Eu Sou Malala, onde, além de sua história de vida, a autora traz temas como radicalismo religioso, submissão feminina, história do Paquistão e direito aos estudos para serem discutidos e tentar explicar o contexto que levou ao monstruoso ataque. Durante o filme, também é possível ver a nova realidade de Malala, vivendo refugiada na Inglaterra, experimentando todas as diferenças que o mundo ocidental pode apresentar a ela, refletindo sobre tudo que aconteceu e visitando outras jovens pelo mundo procurando inspirá-las com sua história.
Mesmo com todas as diferenças e preconceitos que vivemos, é chocante ver as entrevistas com paquistaneses que acreditam com toda força que Malala estava errada e deveria ter morrido. Muitos compatriotas da garota pensam que ela é uma peça do Ocidente contra a cultura do país e religião. Mas, se o fundamento principal das religiões deveria ser amor e harmonia, por que elas estão repletas de preconceitos, submissão, sexismo e tudo mais?!
Embora o documentário dirigido por Davis Guggenheim (conhecido pelo documentário Uma Verdade Inconveniente) exagere nos elementos emocionais, ele acerta ao chocar e nos fazer abrir os olhos para outras realidades. O mundo é bem maior que podemos imaginar e infelizmente poucas pessoas são tão privilegiadas quanto nós; nesse caso, o privilégio não é dinheiro e, sim, a oportunidade de estudar e ter uma profissão no futuro.
Por vezes quase didático, o filme se torna de fácil compreensão para qualquer pessoa, adultos e crianças e, além de um bom filme, é inspirador e necessário para qualquer pessoa que queira expandir seus horizontes, entender melhor o mundo e lutar por igualdade.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Davis Guggenheim
Lançamento: 2015
Duração: 1h27
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