Não se nasce mulher no papel da vida, torna-se
Por Laurana Franco
Hoje é dia 8 de março, dia da Mulher. Dia de darmos rosas para nossas mães e sermos paparicadas por alguns parentes, mas como disse Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher, torna-se”. Por anos eu admito que não entendi essa frase, até de fato me tornar uma. Percebi com o tempo que, para ser mulher, não é realmente preciso ter nascido como uma, mas encarar esse papel difícil que a vida nos deu. Ser mulher é ser uma lutadora.
Matrix é um dos filmes mais impressionantes e simplesmente obrigatório de ser assistido pelo menos uma vez na vida. Um filme extremamente à frente de seu tempo, é cheio de tecnologias e simbolismos mas no final das contas, ele não fala só sobre hackers e robôs, mas sim sobre a liberdade humana. Matrix, um dos melhores filmes já feitos na história da cinematografia, foi produzido pelas irmãs Wachowski, ambas transexuais.
Netflix, rainha de conteúdo para todos os gostos, apresentou ao resto do mundo Laverne Cox com seu papel em Orange is the New Black. Tão talentosa quanto encantadora, Cox conseguiu conquistar seu lugar entre os famosos e trazer à tona a transexualidade para as grandes pautas.
Já no Brasil, Cláudia Celeste foi a primeira mulher trans a estar em uma novela, Espelho Mágico, produzido pela TV Globo em 1977 e a primeira a ter uma personagem fixa do início ao fim em Olho por Olho, da falecida Manchete.
Todas essas mulheres, e muitas outras, entendem as dores e delícias de sermos quem somos. No final do dia, não é só sobre retirarmos a maquiagem. Infelizmente é preciso muito mais do que um bom demaquilante para retirar algumas marcas que recebemos, mas a verdade incontestável é que no cinema da vida todas somos estrelas e que a única coisa que deve ficar trancada no armário, é o preconceito.