Leandra Leal sobre Divinas Divas: “É um filme feito com muita admiração e amor”
Divinas Divas é um documentário delicado e extremamente importante para a sociedade brasileira
Leandra Leal fez sua primeira incursão como diretora de cinema e iniciou essa fase da melhor maneira possível ao dirigir Divinas Divas. Sucesso do Festival do Rio em 2016 e eleito o melhor filme na categoria de votação popular do festival South by Southwest (SXSW), o filme tem estreia marcada para 22 de junho. Para divulgar o longa, Leandra e suas divas aproveitaram a Parada Gay em São Paulo, que ocorreu neste domingo (18), em um trio elétrico especial do filme-documentário. Produzido pela Daza Filmes em coprodução com Biônica Filmes e Canal Brasil, a distribuição da obra será feita pela Vitrine Filmes, através do projeto Sessão Vitrine Petrobras (contamos tudo sobre ele aqui).
O Cinematecando esteve presente na coletiva de imprensa do filme, que aconteceu nesta segunda-feira (19) em São Paulo com a presença de Leandra e das divas Jane di Castro, Divina Valéria, Rogéria, Camille K e Eloína dos Leopardos. O bate-papo com a imprensa foi bem-humorado e cheio de declarações de afeto das divas para Leandra, e vice-versa.
“Divinas Divas é um filme feito com muita admiração e muito amor. Eu acho que isso contamina, no melhor sentido, o filme inteiro. A admiração, o amor por elas, pelo fazer artístico. O filme é uma declaração de amor à arte, que é meu ofício e também é o ofício delas. Falando sobre a abertura (do filme), eu queria que ela fosse algo que pudesse ter sido feito por elas, que tivesse bastante glamour. O show final também teve esse cuidado não só na filmagem como também na pós-produção. Eu queria tratar este momento com o olhar de sonho, de realização”, declarou Leandra sobre o significado de cada detalhe da produção.
Filha da atriz Ângela Leal e neta de Américo Leal, Leandra herdou, além do talento, o Teatro Rival, famoso local na Cinelândia (RJ) que é sinônimo de tradição artística há mais de 80 anos. “Muitas das minhas memórias estão ali no filme, mas eu também tenho muita memória de cantores, como Elza Soares e Cauby Peixoto, artistas que fizeram shows no Teatro”, Leandra relembra. O local literalmente foi o palco que integrou Leandra ao meio artístico desde quando era criança, e hoje todo o carinho e memórias se eternizam em Divinas Divas, produção que, acima de qualquer coisa, é muito pessoal.
Jane Di Castro expressou tudo o que as Divas pensam sobre a obra e a importância que ela possui: “Tudo que está acontecendo agora, na questão de respeito à diversidade, é resultado da nossa luta. Nós temos 50 anos de carreira e fomos pioneiras em muitas coisas, seja em tomar hormônio, colocar silicone, etc… Fomos alvo da polícia, da ditadura militar e não podíamos andar vestidas de mulher. As pessoas pensam que a ditadura era só militar, mas tudo era envolvido, como a censura. Era uma época horrível. Nós todas fomos guerreiras, sobrevivemos a este tsunami. Fico muito feliz de sermos retratadas por essa diretora e atriz tão maravilhosa com uma sensibilidade tão única.”