Crítica: iBoy
Baseada no livro homônimo do autor Kevin Brooks, iBoy é a nova produção original da Netflix. O filme conta a história de Tom (Bill Milner), um jovem reservado que leva um tiro na cabeça ao tentar ligar para a polícia quando vê sua amiga Lucy (Maisie Williams) sendo estuprada dentro da casa dela. O garoto sobrevive ao ataque, mas fragmentos do celular que ele segurava no fatídico momento entram em seu cérebro e não podem ser tirados. O que Tom não imaginava era que os pedaços de seu smartphone lhe dariam poderes de controlar aparelhos eletrônicos, capazes de criar uma bela vingança contra os membros da gangue responsável pela agressão sofrida por ele e Lucy.
Com um enredo “muito Black Mirror”, a história ganha muitos pontos ao mostrar uma Londres menos glamorosa do que a maior parte dos filmes apresenta; a realidade dos subúrbios e das gangues torna a cidade muito mais palpável e real. Infelizmente, toda a beleza gráfica do longa é prejudicada pela maneira lenta com que a história se desenvolve e pela falta de surpresas do roteiro. Em um ponto antes do final da história, você provavelmente já vai ter se cansado de algum poder do Tom.
O elenco é um belo caso à parte: Maisie Williams está tão ótima como estamos acostumados a vê-la em Game Of Thrones, Bill Milner consegue entregar um personagem principal com diversas nuances, digno de guiar o filme, e Miranda Richardson (caso você ache que a conhece de algum lugar: a atriz interpretou Rita Skeeter nos filmes da saga Harry Potter), que interpreta a avó de Tom, dá uma intensidade e veracidade excelentes para a personagem.
iBoy pode não ser um filme extremamente memorável, mas é muito interessante pela ideia de retratar um herói mais humano e real do que estamos acostumados a ver.
FICHA TÉCNICA
Direção: Adam Randall
Fotografia: Eben Bolter
Elenco: Bill Milner, Maisie Williams, Miranda Richardson, Rory Kinnear, Aymen Hamdouchi, Cameron Jack.
Duração: 1h30