Crítica: Moana – Um Mar de Aventuras

Crítica: Moana – Um Mar de Aventuras

2016 foi um ano cheio de lançamentos para a Disney. De animações (Zootopia, Procurando Dory) a filmes de super-heróis (Guerra Civil, Doutor Estranho), a qualidade do estúdio manteve-se alta e firme. Agora, para fechar o ano lá fora e iniciar 2017 com tudo no Brasil, a Disney nos apresenta Moana, a mais nova princesa de seu universo – por mais que ela mesma insista em dizer que não é uma princesa.

Dos diretores Ron Clements e John Musker (Aladdin A Pequena Sereia), Moana – Um Mar de Aventuras entrega tudo aquilo que esperamos de um filme da Disney: tem emoção, comédia, drama e elementos inspiradores na medida certa. A animação conta a história de Moana Waialiki, a filha do chefe de uma ilha localizada na Polinésia. A introdução da personagem quando ainda é uma bebê é adorável e nos mostra o quanto ela é ligada com o mar, e vice-versa. Já crescida, Moana continua com um amor enorme e uma vontade inexplicável de explorar o oceano. Quando acaba descobrindo mais sobre sua própria tribo e vê uma ameaça se aproximando, ela decide se aventurar fora de sua ilha a fim de encontrar o semideus Maui. Juntos, eles podem restaurar o poder de uma antiga e poderosa deusa e evitar que as ilhas de todo o oceano sejam destruídas.

Seguindo a direção contrária de outras animações da Disney sobre princesas (com exceção de Frozen e Valente), Moana – Um Mar de Aventuras se destaca por ter como protagonista uma menina que não é uma donzela em perigo e nem quer que o termo “princesa” a defina (o que rende uma boa piada do personagem Maui em relação a vestidos e bichos de estimação). Muito pelo contrário: Moana é a salvadora, e não quem precisa ser salva. Além disso, o filme possui um enredo extremamente rico nas lendas e mitos da Polinésia, o que torna a imersão naquele universo muito mais interessante.

Os personagens do filme são cativantes e todos possuem grande qualidade na narrativa. O pai de Moana, Chefe Tui, é quem possui o conflito com a protagonista e que move a trama para algo maior. Seu desejo de manter a filha segura na ilha tem um motivo e isso estimula um conflito entre pai e filha que é muito real e compreensível. Por outro lado, a mãe e a avó da heroína apoiam o lado aventureiro da menina; aliás, a relação que Moana possui com a avó Tala é bem próxima e é por onde o filme encaixa os momentos mais emocionantes. Maui, o semideus que acompanha Moana em sua jornada de autoconhecimento é engraçado, de forte personalidade e também possui um papel importante na trama. A amizade que se forma entre os dois é gradativa, mas quando ambos sabem que podem confiar um no outro, há cenas dignas de serem algumas das melhores do filme. Os animais também têm participações especiais: o porquinho de estimação Pua e o galo Heihei, que não bate muito bem da cabeça, são o alívio cômico em diversos momentos (por mais que as piadas envolvendo o galo acabem perdendo a graça depois de certo tempo). Além disso, o Mar em si também é um personagem na história – e um personagem bem divertido, aliás!

E é claro que as músicas não ficariam de fora da nova animação da Disney. Em Moana, é incrível ouvir as canções originais e sentir o peso que elas têm no contexto geral. As músicas são tão animadoras e de grudar na cabeça quanto as de Frozen, e vale a pena valorizá-las como um espetáculo à parte. Provavelmente, How Far I’ll Go fará parte dos indicados a Melhor Canção Original no Oscar 2017, e You’re Welcome, interpretada por The Rock na versão original, está logo atrás da música-tema do filme.

E falando em espetáculo… é preciso citar a qualidade visual do filme, que surpreende em vários momentos (note os movimentos do cabelo de Moana e as tatuagens de Maui). Assim como o oceano, o universo visual que Moana possui é um dos mais belos e vastos de todas as animações da Casa do Mickey, sendo tão bem feito que por vezes parece real.

Moana – Um Mar de Aventuras prova que a Disney está disposta a se adaptar cada vez mais ao tempo que vivemos sem deixar de lado toda a magia que conquistou (e ainda conquista) milhões de pessoas. Com uma protagonista forte e que mais se aproxima da vida real, este é um filme singular que com certeza agradará a família toda.

Agora que tal dar uma lida no texto sobre o curta que antecede Moana? Saiba mais sobre Trabalho Interno aqui!

FICHA TÉCNICA
Direção: John Musker, Ron Clements
Roteiro: John Musker, Ron Clements, Taika Waititi
Elenco: Alan Tudyk, Auli’i Cravalho, Dwayne Johnson
Produção: Osnat Shurer
Montador: Jeff Draheim
Trilha Sonora: Lin-Manuel Miranda, Mark Mancina, Opetaia Foa’i
Ano: 2016
Estreia: 05/01/2017 (Brasil)

Barbara Demerov

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