Crítica: Pets – A Vida Secreta dos Bichos 2
Autoconfiança e superação dos medos
Depois do sucesso de Pets (2016), o diretor Chris Renaud propõe uma continuação reapresentando os personagens do primeiro filme e incluindo novos bichos em uma aventura emocionante e frenética, embora pouco inovadora. Aqui, o egoísmo e busca pela sobrevivência dos personagens (abordado no filme antecessor) dão lugar ao desenvolvimento da autoconfiança.
Uma das principais diferenças do primeiro longa para o novo é que a história agora acompanha diversos arcos acontecendo ao mesmo tempo. Enquanto Max e Duke passam a ter que conviver com Liam, o jovem filho de Katie, e encarar os desafios do excesso de preocupação, criando coragem e se adaptando ao ambiente rural (visto que a família embarca em uma viagem para uma fazenda), Gigi pede ajuda de Chloe para aprender a se comportar como uma gata e resgatar o brinquedo de Max de um apartamento cheio de gatos raivosos. Já Bola de Neve conhece uma nova amiga que o leva para uma aventura: resgatar um filhote de tigre de um circo tomado por lobos e um dono cruel.
Diante dessas premissas, a narrativa de Pets – A Vida Secreta dos Bichos 2 em certo momento dá conta de juntar todas as pequenas histórias (apesar de fazê-lo de maneira simples demais), correlacionando a temática de superação dos medos. Pode-se notar uma abordagem bem menos cômica do que foi o primeiro filme, que muitas vezes exagerou na tentativa de criar humor.
O que também chama a atenção é a influência cada vez mais presente de clássicos como Toy Story e Os Incríveis no roteiro de Brian Lynch, desde a construção das cenas de ação à relação de união dos personagens.
Sabiamente, a Disney utiliza mais vez a jornada do herói à seu favor, dando atenção à cenas que buscam passar lições de vida (que aqui são bem mais explícitas que no primeiro). Mas é evidente que a essência dos personagens poderia ter sido mais aprofundada visto o potencial deixado pelo sucesso do primeiro filme. Ainda por cima, Alexandre Desplat entrega músicas impactantes, porém não tão comoventes como as que compôs para o primeiro filme.
Ainda que não na mesma quantidade, vemos a permanência das cenas que expõe os comportamentos costumeiros dos pets em situações cotidianas, incluindo as manias de gatos e cães que todos amamos. Embora muitos elementos da narrativa sejam rasos e previsíveis, a obra tem o que é preciso para divertir todos os públicos com as aventuras proporcionadas pelos pets enquanto seus donos não estão em casa.