Achados e Perdidos: 2 dicas de Outubro
Outubro costuma ser mencionado como o mês do Halloween, mas vale lembrar que também se trata do mês de nossos queridos professores. Com isso em mente, nesta edição do Achados e Perdidos decidimos contemplar os dois. Temos, para o primeiro, o excelente terror sul-coreano O Lamento e, para o segundo, um filme nacional que merece atenção, Tudo que Aprendemos Juntos. Esperamos que curtam as dicas. Próximo fim de mês tem mais!
O Lamento (2016)
por Letícia Piroutek
Vou começar dizendo que se você não conhece cinema sul-coreano está mais do que na hora de conhecer, pois seus filmes são reais e brutos de uma maneira que poucos exemplares norte-americanos conseguem ser. O Lamento, dirigido por Hong-jin Na, se passa em uma pequena vila e gira em torno da história Jong-goo, um policial que começa a investigar assassinatos bizarros e sem explicação que lá estão acontecendo.
É um daqueles filmes que você começa assistindo não esperando nada mais que se divertir, mas não foi feito para quem tem estômago fraco. O Lamento lida com temas de abuso e religião e tem cenas extremamente fortes, talvez por isso que sua distribuição foi pequena. O filme pode até ficar confuso em alguns momentos, mas nada que nos tire a sensação doentia que o clima e a fotografia do filme nos passam. Prepare-se psicologicamente e mergulhe nessa história maluca e assustadora.
Tudo que Aprendemos Juntos (2015)
por Caio Lopes
Tudo que Aprendemos Juntos é uma joia nacional que passou geralmente despercebida, mesmo após ganhar o prêmio do público da Mostra de SP 2015. Ambientado em grande parte na favela de Heliópolis, o filme acompanha o professor de música Laerte, interpretado por um excelente Lázaro Ramos, em sua missão de fazer uma turma de estudantes se apaixonarem, ou ao menos se dedicarem ao aprendizado do violino.
Dirigido por Sérgio Machado, que tem experiência com documentários, o longa consegue criar uma história inspiradora ao mesmo tempo em que apresenta um contexto verossímil para cada um dos personagens, alguns infelizmente prejudicados pelo crime ou a violência policial. É cinemão de primeira categoria, feito com inteligência e empatia, além de bons valores de produção que se refletem na estética refinada do filme. Fechando com a linda canção original do grupo Sabotage, “Respeito é Lei”, Tudo que Aprendemos Juntos é um verdadeiro filmão nacional a ser descoberto, reforçando o poder transformador que o estudo e a arte, e claro, um bom professor, têm sobre uma mente jovem.