Crítica: Deadpool
Ryan Reynolds certamente gostaria de esquecer sua primeira aparição como Deadpool no filme X-Men Origens: Wolverine (2009). E os fãs de quadrinhos também. Mas não é que coisas ruins podem se transformar em coisas boas? Quem diria que em 2016, anos após aquela aparição desastrosa, o tal mercenário (novamente vivido por Reynolds) seria o assunto do momento com um filme para chamar de seu e uma estreia arrasadora no cinema para acompanhar? Só no final de semana de estreia nos EUA, o longa bateu o recorde de arrecadação de 135 milhões de dólares e já cobriu seu valor de produção, que foi de 60 milhões.
Reynolds é, sem dúvidas, o ator perfeito para encarnar Deadpool – ele pode não ter começado com o pé direito mas, hoje, digamos que está chutando portas com os dois pés provando o contrário. Ryan Reynolds encontrou em seu Wade Wilson a mesma fórmula que Robert Downey Jr. encontrou em seu Homem de Ferro. E não é só pelo jeito irreverente e natural com que trabalha o personagem, mas também pela força de vontade e envolvimento que teve para fazer a Fox torcer o braço e, enfim, dar o sinal verde para prosseguir com o filme solo do anti-herói, mesmo após o fracasso de crítica de X-Men Origens.
Felizmente, de fracasso o filme do estreante Tim Miller não tem nada. A direção dinâmica aliada ao roteiro escrito pela dupla Rhett Reese e Paul Wernick – ambos roteiristas de Zumbilândia (2010) – e a um elenco equilibrado, formam uma produção insana e muito contagiante. Já nos créditos iniciais o espectador pode ver que Deadpool não é “só mais um filme de herói”, afinal, os heróis são os principais alvos de piada do mercenário, incluindo Colossus e a Míssil Atômico Adolescente, dois mutantes que participam da história.
Acima dos banhos de sangue e do humor negro, Deadpool também pode ser considerado como uma história de amor. O relacionamento de Wade e Vanessa (vivida por Morena Baccarin) é parte importante da trama, assim como o câncer do protagonista, que é um dos motivos que fazem Wade conhecer seu alter ego, Deadpool, e buscar a vingança com o vilão Ajax (ou melhor, Francis). A narrativa não-linear, as cenas de ação com o artifício da câmera lenta, os efeitos especiais, a trilha sonora que participa da narrativa e as piadas desbocadas de Deadpool são elementos que tornam esse filme, feito de fã para fã, tão especial. Ah, e é claro que a tradicional participação de Stan Lee é exatamente como o esperado: hilária!
Divertido como Guardiões da Galáxia (2014) e longe de ser aquilo que a Fox entregou com o remake de Quarteto Fantástico em 2015, Deadpool é um perfeito exemplo de que, para ser bom, uma história adaptada dos quadrinhos para o cinema não precisa seguir a linha da seriedade a todo o momento. Desta vez, a pequena parcela que a produtora detém da Disney/Marvel foi muito bem aproveitada! Agora vai ser difícil mesmo fazer o tagarela parar de falar…
FICHA TÉCNICA
Direção: Tim Miller
Roteiro: Paul Wernick, Rhett Reese
Elenco: Anthony J Sacco, Ayzee, Ben Wilkinson, Brad Archie, Brianna Hildebrand, Dan Zachary, Ed Skrein, Fabiola Colmenero, Gina Carano, Hugh Scott, Jason William Day, Jed Rees, John Dryden, Karan Soni, Kyle Cassie, Kyle Rideout, Leslie Uggams, Morena Baccarin, Naika Toussaint, Olesia Shewchuk, Paul Lazenby, Rachel Sheen, Ryan Reynolds, Sean Quan, Stan Lee, Stefan Kapicic, Style Dayne, T.J. Miller, Taylor Hickson, Tommy Proctor, Tony Chris Kazoleas
Produção: Kevin Feige, Lauren Shuler Donner, Simon Kinberg
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