Crítica: Innsaei – O Poder da Intuição

Crítica: Innsaei – O Poder da Intuição

Quando nós pensamos em Netflix, logo vem uma lista imensa de filmes e séries na nossa cabeça. E é isso que normalmente assistimos quando nos conectamos com o serviço de streaming. Mas a Netflix, além disso, possui diversos documentários no catálogo com temas variados. Entre eles, Innsaei – O Poder da Intuição, onde pensadores e espiritualistas discutem sobre o Innsaei, filosofia islandesa que promove a conexão das pessoas por meio da empatia e, principalmente, da intuição.

Dirigido por Hrund Gunnsteinsdottir e Kristín Ólafsdóttir, o documentário tem um objetivo claro: mostrar o quanto é importante conhecer a nossa essência e quem somos por dentro para conseguirmos nos colocar com facilidade no lugar do próximo. Em um mundo tão barulhento e cheio de distrações, a população se distancia cada vez mais da natureza e perde também a capacidade de usar a intuição que, segundo Malidoma Somé, sábio do oeste africano, é o que nos une.

A diretora e roteirista Hrund Gunnsteinsdottir vai além ao nos apresentar um documentário que não mostra somente críticas rasas sobre o comportamento quase robótico da sociedade atual. O seu trabalho é abordar a urgência do resgate da conexão com a nossa natureza interior. A própria palavra Innsaei carrega esse significado: é o “mar de dentro”, é a possibilidade de se conhecer intensamente. Ou melhor, é ver de dentro para fora.

Em um dos momentos mais interessantes do documentário, conhecemos Marina Abramović, a avó da arte performática, que explora a reação entre o artista e a plateia e as possibilidades da mente. Em uma outra parte, somos apresentados também a uma escola britânica que pratica meditação e técnicas de MindUp com os alunos desde a infância, ajudando as crianças a canalizarem sentimentos ruins e preparando-as para o nosso mundo.

Innsaei é um documentário inspirador que nos lembra do que perdemos ao imergirmos com tanto afinco nessa “vida virtual”, em que apenas as redes sociais importam e não o que somos fora dela. Lançado em 2016, vale a pena gastar uma hora da sua vida para reavaliar a maneira como você sente e pensa o mundo.

Jaquelini Cornachioni