Crítica: Meu Malvado Favorito 3
Franquias de animação, se prolongadas por vários filmes, correm o risco de sair do radar do público que se apaixonou no início. Infelizmente é o que houve com Shrek e Era do Gelo, franquias que se tornaram ainda mais infantis e que perderam o público jovem/adulto que conquistaram antes. Felizmente, a franquia de Meu Malvado Favorito não se encontra nessa área – pelo menos, não ainda – e seu terceiro capítulo consegue tirar boas risadas do público jovem e adulto, por mais que o foco seja o infantil, é claro.
Na trama, Gru segue vivendo feliz ao lado de Lucy, sua esposa, e suas três filhas – sem esquecer de todos os minions. Lucy e Gru seguem lutando contra os vilões que aparecem no mundo mas quando perdem a chance de deter Balthazar Bratt, homem que ainda “vive” nos anos 80 nos trejeitos e em sua aparência, acabam sendo despedidos. Sem emprego e com ainda mais vontade de capturar Bratt, Gru vê novas chances de conseguir tal feito quando se surpreende ao ver que tem um irmão gêmeo chamado Dru. Tudo muda ao conhecê-lo, principalmente porque Gru descobre mais coisas sobre o passado de sua família e entende que nunca foi tão estranho assim.
Vilão ou herói? Essa questão volta a ser abordada em Meu Malvado Favorito 3, mas Gru não tem planos de voltar ao mundo dos malvados – diferente de Dru, que cresceu com o pai (um dos maiores vilões do planeta) e gostaria de honrar o legado. Mas a parte mais legal do filme não é Dru, nem Gru; na verdade, é o vilão Bratt quem rouba a cena, seja com a trilha-sonora que sempre o acompanha ou com seu estilo descontraído de realizar suas missões.
Na versão brasileira, a dublagem, feita por Leandro Hassum (que dubla Gru desde o primeiro filme e agora também dá vida a Dru), Maria Clara Gueiros (dublando Lucy pela segunda vez) e Evandro Mesquita (Bratt, seu primeiro vilão na dublagem), é extremamente bem feita e é um dos elementos que tornam a trama mais cômica. Os intérpretes claramente se sentem à vontade em seus papéis e não medem esforços para acertarem as entonações e emoções de cada um.
Os minions, por sua vez, não protagonizam tantas cenas no filme, mas continuam fofos e engraçados. A cena em que todos se apresentam em uma espécie de The Voice americano é uma das melhores sequências das criaturinhas amarelas. No entanto, a missão de todos eles no filme não é muito clara e, às vezes, parece que as cenas cômicas são inseridas para deixar apenas o “fofo” na memória do espectador. Tudo bem que as crianças vão adorar, mas mesmo assim, um pouco mais de história não faria mal.
A trama aborda várias situações na família, seja com Agnes, Margo ou Edith, e até mesmo com Lucy tentando ser uma verdadeira mãe para as três. Mas com tantas cenas sobre o que o vilão planeja fazer com o mundo e também com o desenvolvimento do relacionamento entre Gru e Dru, o roteiro do filme se perde em alguns momentos. Assim como com os minions, a mensagem que o filme quer dar mais destaque não fica muito clara. Fica a dúvida se é para os irmãos, para os relacionamentos familiares, ou para o que Balthazar Bratt e toda a questão profissional de Gru e Lucy representa na vida deles.
No geral, Meu Malvado Favorito 3 é uma continuação decente para uma franquia muito querida e conhecida. Mesmo não ousando para elevar seu patamar e já sem aquele gostinho de novidade presente no primeiro filme em 2010, o longa acerta ao explorar relações familiares, a inocência infantil (por parte de Agnes) e a vontade de fazer o bem acima de qualquer coisa. A franquia continua não se levando muito a sério e promete entreter bastante a criançada. Com relação aos adultos, no entanto, pode ser que o fator “não é mais novidade” torne a experiência apenas ok. Mas para as férias de julho, é fato que essa é sessão-pipoca perfeita para toda a família!
Confira a entrevista que fizemos com as vozes de Meu Malvado Favorito 3:
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