Crítica: Meus 15 Anos
Para muitas meninas, completar 15 anos é uma data inesquecível e a passagem para uma nova fase da vida. Mas, para Bia (Larissa Manoela), essa data é como qualquer outra. Inspirado no livro de Luiza Trigo, o filme Meus 15 Anos não apresenta uma narrativa inovadora, mas ganha pontos nesse sentido ao se destoar positivamente da história da obra, que a própria autora já revelou ser a mais simples que escreveu.
Na trama, Bia é uma garota nerd e invisível no colégio e que, muitas vezes, se torna alvo de bullying dos colegas de classe. Por ter perdido a mãe muito pequena, é criada pelo pai, Eduardo, muito bem interpretado por Rafael Infante, conhecido por seus vídeos no canal Porta dos Fundos. Bia também é a melhor amiga de Bruno (Daniel Botelho) e, juntos, eles formam uma dupla musical. Mas a garota excluída do colégio vê a sua vida mudar após ganhar, sem querer, um concurso do shopping para ter a melhor festa de 15 anos de todos os tempos. Após isso, cabe a ela selecionar quais pessoas querem de fato o seu bem e quais estão apenas interessadas em um convite para a festa.
Meus 15 Anos é um filme criado para um público bem específico: adolescentes! Em especial, o público feminino, seja para aquelas que ainda não comemoraram a data, ou as que querem relembrar esse momento especial. Apesar do roteiro simples, há pontos altos. Começando pelas atuações: Larissa Manoela, conhecida por seus trabalhos em novelas do SBT, entrega uma atuação satisfatória. A atriz, fenômeno entre as crianças e adolescentes, consegue fazer as cenas de drama muito bem e parece confortável no papel, mesmo que Bia seja completamente diferente dela. É fato que Larissa ainda vai crescer como atriz e o filme deixa isso muito claro. Rafael Infante dispensa comentários. O ator está “em casa” com o seu personagem bem-humorado. No geral, os atores conseguem passar certa veracidade (alguns mais, outros bem menos). Mas o destaque vai para o trabalho de Victor Meyniel e Priscila Marinho. Responsáveis por fazer a festa de Bia se tornar realidade e com o desafio de transformar o visual da menina, eles possuem um entrosamento maravilhoso e ditam o humor do filme do começo ao fim, responsáveis pelas cenas mais engraçadas.
Outro aspecto positivo é a mensagem que o filme transmite, fugindo um pouquinho do previsível e mostrando que nenhuma garota precisa realmente de um príncipe para ser feliz. Já Bia, que amadurece muito ao longo da história, prova que ter uma personalidade diferente não pode ser tratado como um problema: apenas assuma quem você é. Para um filme adolescente, essa é uma boa lição para se passar, principalmente em um momento em que é importante mostrar para as meninas que elas são suficientes, poderosas e livres. De resto, o filme assume os seus clichês sem problemas.
Meus Quinze Anos é um bom filme para passar o tempo e vai agradar ao público que ele se destina. Caso você acompanhe os seus filhos ou a sua irmã/irmão no cinema, não se desespere: o longa é agradável. Com produção da Paris Entretenimento, coprodução Televisa e SBT e distribuição da Downtown Filmes e Paris Filmes, Meus 15 Anos estreia dia 15 de junho nos cinemas!