Crítica: Star Trek – Discovery (Episódio 7)

Crítica: Star Trek – Discovery (Episódio 7)

Prova de que Star Trek – Discovery tem tempo pra ser divertida. 

O 7º episódio desta temporada de estreia de Star Trek – Discovery, Magic to Make the Sanest Man Go Mad parece especialmente feito para os fãs que reclamavam do tom excessivamente sombrio. Com o retorno de Harcourt Fenton Mudd (já?), a série tem alguns de seus momentos mais leves até agora, trazendo à memória a atmosfera tanto da original quanto A Nova Geração.

O episódio começa e tudo parece no lugar. Burnham (Sonequa Martin-Green) então revela seu novo desafio: socializar entre a equipe da Discovery. Convenientemente, uma festa acontece no convés, e lá a heroína se depara com Ash Tyler (Shazad Latif), claramente interessado. Não muito depois, coisas dão errado e Mudd (Rainn Wilson) invade a nave e executa o capitão Lorca (Jason Isaacs). A Discovery, então, explode.

O episódio recomeça e tudo parece no lugar. Burnham então revela seu novo desafio: socializar entre a equipe da Discovery. Convenientemente, uma festa acontece no convés, e lá a heroína se depara com Ash Tyler, mas é rapidamente interrompida pelo tenente Stamets (Anthony Rapp), que a avisa de um possível dispositivo que produz um loop no tempo. Não muito depois, coisas dão errado e Mudd invade a nave e executa o capitão Lorca. A Discovery, então, explode.

Não, não vou mais repetir o parágrafo anterior, e felizmente Magic usa a figura de Stamets para renovar um pouco o tão usado conceito do loop temporal. Conforme o ocorrido no 5º capítulo, Stamets aparentemente se tornou um ser multidimensional, sendo o único capaz de perceber o fenômeno provocado por Mudd. Assim, o cientista monta um plano com Burnham para convencer outros membros da equipe quanto ao perigo que correm. Isso envolve criar intimidade com Tyler, sugerindo um laço romântico entre este e Burnham, o que acaba sendo um dos pontos baixos tanto para os dois personagens quanto para a série.

Realmente espero que os roteiristas deem um outro caminho aos dois, até porque não há química nenhuma. Além disso, Tyler carece de dimensão, tendo sido introduzido apenas há duas semanas, e ainda mal sabemos quem ele realmente é. Burnham, por sua vez, seria injustiçada pela inserção de um romance tão gratuito, afinal a oficial havia sendo construída a partir de questões muito mais interessantes que essa de querer se apaixonar.

Contudo, se Magic acaba minando alguns de seus personagens, então se garante como o episódio mais divertido e esperançoso até aqui, brincando com sua própria estrutura e mostrando que Mudd podia sim constar como um bom antagonista (isso é uma surpresa, pois já estava torcendo o nariz desde sua primeira aparição). É ótimo ver também que Discovery não está preocupada em estender seus arcos demais, resolvendo suas subtramas sem enrolação. Ainda assim, pra melhorar, tudo se encaixa de maneira orgânica como um todo.

Duvido que a série volte a apresentar, neste primeiro ano, outros capítulos focados no humor e na leveza que podem existir em uma dia qualquer da Federação. Por outro lado, pelo menos sabemos que Star Trek – Discovery pode, de fato, surpreender.

Caio Lopes

Formado em Rádio, TV e Internet pela Faculdade Cásper Líbero (FCL). É redator no Cinematecando desde 2016.