Crítica: Transformers – O Último Cavaleiro

Crítica: Transformers – O Último Cavaleiro

Quando a franquia Transformers foi iniciada em 2007, o primeiro filme se tornou a febre do momento graças ao dinamismo entre a direção de Michael Bay, o elenco formado por Shia Labeouf e Megan Fox, e o roteiro divertido que prendia bem a atenção. Em outras palavras, o filme continua sendo uma sessão pipoca de qualidade. Muita qualidade mesmo.

Mas e agora? Pulando 4 filmes pra frente, o cenário mudou muito. A franquia se desgastou completamente ao inserir cada vez mais elementos, ao mudar completamente o elenco (com exceção dos robôs, é claro) e ao dar cada vez menos profundidade às suas histórias.

Mas o que Transformers 5 tem de diferente em comparação ao primeiro filme, que é o melhor de toda a franquia? Bom, para começar, o filme até poderia ser um bom blockbuster se ele tivesse 1h a menos de duração. O quinto capítulo alcança a marca de 2h40 e possui um roteiro com tantas camadas que acaba se perdendo dentro de sua própria grandiosidade. Que Michael Bay é um bom diretor, isso é um fato, mas não dá para segurar um enredo confuso por muito tempo, por mais que a direção seja positiva e a fotografia seja estonteante.

Nesta sequência, vemos Optimus Prime fora da Terra em busca de sua verdadeira origem. Ele vai de encontro a uma Deusa maligna que deseja destruir a Terra e, sem ter escolha, passa para o lado do “mal”. Aqui em nosso planeta a coisa também não está muito boa, pois os autobots estão em guerra com os humanos e agora são considerados ilegais. Cade Yeager (Mark Wahlberg, reprisando o papel do 4º filme) segue cuidando de Bumblebee e cia., ao mesmo tempo em que vai de encontro a uma jovem órfã (Isabela Moner), que quer ajudá-lo. Além disso, um lorde inglês (Anthony Hopkins) e uma professora de Oxford (Laura Haddock) que é da mesma linhagem de Merlin também surgem na trama para defender a Terra dos Transformers.

Eu sei, o filme é confuso, não faz muito sentido e, principalmente, não é cativante o suficiente para te deixar confortável na cadeira por quase 3h. Mas isso sou eu falando – alguém que ama os dois primeiros filmes da franquia e que não vê muita graça no que se sucedeu a partir dali. O fato é que Transformers é um projeto que dá muito dinheiro e que leva milhões de pessoas ao cinema a cada lançamento. Além disso, Michael Bay é um diretor de visão muito específica: a de fazer filmes para a telona, como bem disse na coletiva de imprensa para divulgar o longa – e nessa missão ele não falha mesmo! Aliás, se você for ao cinema, assista em IMAX.

Transformers – O Último Cavaleiro vendeu em seus trailers uma pegada mais dark e sombria quando, na verdade, continua tendo o mesmo estilo de sempre. Dos pontos positivos do longa, vale destacar o foco que deram a Bumblebee, o robô mais querido dentre todos, e Laura Haddock como Vivian (personagem determinada, mas que infelizmente também cai nas gracinhas machistas do diretor. Sério. Em 2017.).

O quinto capítulo da franquia megalomaníaca de um diretor mais megalomaníaco ainda vai entreter aqueles que gostam de longas cenas de ação e perseguição, robôs gigantes e uma boa dose de comédia. Escrever um roteiro mais elaborado não era nenhuma missão impossível, mas como a ação se sobressai à narrativa em certos casos, temos que deixar passar, pelo bem ou pelo mal. Transformers é um desses casos e se tornou aquele tipo de filme esquecível que não vai fazer diferença alguma. Até mesmo para divertir, só funciona com os fãs que ainda acreditam na saga.

FICHA TÉCNICA
Direção:
 Michael Bay
Roteiro: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner
Elenco: Anthony Hopkins, Ben Webb, Claude Knowlton, Daniel Adegboyega, Gemma Chan, Glenn Morshower, Isabela Moner, Jacob Zachar, Jerrod Carmichael, John Hollingworth, John Turturro, Josh Duhamel, Laura Haddock, Liam Garrigan, Marcus Fraser, Mark Wahlberg, Martin McCreadie, Peter Cullen, Rob Witcomb, Santiago Cabrera, Stanley Tucci, Tony Hale
Produção: Akiva Goldsman, Don Murphy, Ian Bryce, Michael Bay
Fotografia: Jonathan Sela

Barbara Demerov