Crítica: Últimos Dias no Deserto

Crítica: Últimos Dias no Deserto

Um homem santo passa quarenta dias no deserto para rezar e se encontrar, mas durante sua jornada – além das dificuldades padrão – ele também é seguido e tentado pelo demônio. Em seu caminho de volta para Jerusalém, encontra uma família que mora na região e precisa de sua ajuda para resolver diversos problemas causados pelos costumes da época e a falta de comunicação. Sim, essa é uma história bíblica, uma livre adaptação baseada no Novo Testamento e o homem santo, no caso, é Jesus. Mas diferentemente dos últimos grandes filmes bíblicos, como Êxodo: Deuses e Reis e a nova versão de Ben-Hur, que mostram batalhas e cenas épicas, Últimos Dias no Deserto, obra estrelada pelo talentoso Ewan McGregor, traz uma história simples e introspectiva.

Com uma fotografia impecável de Emmanuel Lubezki (Birdman, Gravidade, O Regresso), o filme faz com que o espectador se sinta em meio aquele ambiente árido onde os personagens se encontram e se questione repetidas vezes sobre o que faria diante das mesmas situações. Esses questionamentos são gerados e mostram como essa introspecção existente no roteiro vai para além das telas.

Não posso falar que é um filme fácil de ser assistido, mas é extremamente interessante ver uma obra bíblica, que conta a história de Jesus, fugir daqueles padrões cinematográficos que recheiam as telas dos canais abertos em datas religiosas. A história é boa, e a relação de Jesus com a família que mora no deserto é o ponto alto do filme; e, embora existam algumas cenas desnecessariamente pesadas no final, o filme é profundo e vale muito a pena!

FICHA TÉCNICA
Direção e roteiro: Rodrigo García
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Elenco: Ewan McGregor, Ciarán Hinds, Tye Sheridan, Ayelet Zurer e Susan Gray
Duração: 98 minutos
Lançamento: 08 de setembro

Giovanna Arruda