Cinema, televisão e games: Os piores de 2016
O fim do ano já chegou e, com ele, as pessoas começam a fazer diversas listas e retrospectivas dos melhores lançamentos do ano. Mas uma das principais importâncias de aprender coisas novas é que, ao estudar o passado, você consegue ver erros para não repeti-los no futuro. Seja no cinema, na televisão ou nos games, sempre existe aquela obra que decepciona além do que estávamos esperando.
Com esse pensamento em mente, a equipe do Cinematecando separou uma lista de filmes, séries e games que foram verdadeiras decepções para todos nós (e para muita gente também) em 2016!
Esquadrão Suicida
Rodrigo Fabretti: Após o trailer ao som de Queen jogar as expectativas lá para o alto, certamente a decepção do ano vai para Esquadrão Suicida. Ao entregar um filme totalmente contrário do que nos foi mostrado nos trailers, aprendemos uma dura lição: fuja justamente deles. Os vídeos promocionais mostravam um filme sombrio, com ação, e realmente com vilões. Além de tudo isso, tivemos a apresentação de um novo Coringa. Jared Leto tinha a responsabilidade de “continuar o papel” que anteriormente foi extremamente bem feito por Heath Ledger. Com personagens mal trabalhados – como o primeiro membro que morre do nada sem você nem saber direito quem é -, um Coringa que parecia mais um gângster do que o tradicional e imprevisível vilão conhecido, e uma vilã esquecível, a melhor parte certamente são as poucas cenas em que o Batman aparece.
Alexis Thunderduck: TUDO no filme é ruim ou péssimo, menos a atuação de Margot Robbie como Arlequina – ela se salva. Edição horrorosa, trilha sonora manipulativa, roteiro que corre atrás do próprio rabo, e simplesmente não existe direção no filme. É um amontoado de cenas grudadas como em uma colagem mal feita.
Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos
Mônica Berkovich: Seguindo o subgênero “Alta Fantasia”, Warcraft deixa de ser apenas um “filme de game”, inventando uma história onde só existia a jogabilidade. MAS (com um grande mas), sob a direção de Duncan Jones e roteiro por Charles Leavitt, o filme começa a apresentar problemas, como a forma apressada de passar a história. O filme não cria envolvimento com os personagens, não transmite emoção, possui personagens pouco explorados, e passa de um plano para outro sem dar tempo de absorver e entender o universo de Warcraft. Já dizia aquele ditado: a pressa é a inimiga da perfeição!
Sense8 – Especial de Natal
Fernando Pivotto: Programado para ajudar os fãs a suportar o hiato super longo em que a série se encontra, o episódio de Natal tinha a difícil missão de agradar os fãs a fim de mantê-los interessados numa história que está suspensa há mais de um ano, mas sem queimar os plots que serão fundamentais para a próxima temporada. O que Sense8 faz então? Entrega um episódio de duas horas onde muita coisa acontece e nada acontece ao mesmo tempo. Sun continua na prisão, Nomi continua foragida, Kala continua indecisa, Will e Riley continuam escondidos, Capheus continua trabalhando como motorista… Pra não dizer que somos chatos, assumimos que os arcos de Lito e Wolfgang dão uma pequena, mini, micro avançada. Mas nada que você não sabia que ia acontecer desde o fim da temporada anterior. Previsível, cheio de fan service e enrolando pra matar o tempo (duas sequências musicais não é um pouco demais pra um episódio de duas horas?) , o especial pelo menos tem cenas de briga e de pegação que, embora irrelevantes pra história (precisávamos MESMO de uma luta na prisão, um tiroteio na Alemanha e de outra orgia psíquica? O quanto elas ajudaram a avançar a narrativa?), são pelo menos bem filmadas e editadas. Mas se você assistiu só pela porrada e pela pegação, podia muito bem ter visto qualquer reality da MTV, que o efeito seria o mesmo.
Inferno
Alexis Thunderduck: Modelo de filme cansado, sem renovação alguma de Código da Vinci ou Anjos e Demônios. É apenas a repetição da mesma coisa em um cenário diferente. O mesmo corre-corre como em qualquer filme de ação banal (e desses temos muitos no ano!). Felicity Jones bem fraca em seu papel.
No Man’s Sky
Rodrigo Fabretti: Um exemplo de que você não deve confiar em tudo que é prometido em previews é No Man’s Sky. Com diversas promessas e elementos que não vieram na versão final, o jogo certamente é um dos piores hypes do ano. Existe até uma investigação do governo britânico em cima da Valve e da Hello Games devido ao alto índice de reclamação dos usuários. Para piorar ainda mais as coisas, a Hello Games publicou em seu perfil do Twitter que No Man’s Sky tinha sido um erro. Hack? Briga interna? O que sabemos é que a desenvolvedora está preparando diversas atualizações para corrigir o game.
Tirando o Atraso
Barbara Demerov: Como pode Robert de Niro, um dos maiores astros de Hollywood, se sujeitar a trabalhar em filmes que mancham sua carreira invejável? Não consigo entender o motivo dele aceitar papéis vergonhosos em filmes que não possuem graça e nem emoção, sendo apenas um show de vergonha alheia – e Tirando o Atraso é um desses casos. De Niro ainda consegue fazer bons filmes aproveitando sua idade, como por exemplo, em Um Senhor Estagiário. Então, fica o recado: lembre-se que você já foi Don Corleone no cinema!
Ouija: A Origem do Mal
João Pedro Accinelli: Outra grande decepção do ano foi este filme, que apesar de chocar os fãs do gênero de terror com seu trailer surpreendente, acabou não agradando em sua abordagem final. A obra não soube usar dos efeitos especiais comedidamente, e tornou boa parte dos elementos visuais artificiais demais, perdendo muito da simplicidade do terror. Sem falar que a história, embora prenda a atenção do espectador em seu primeiro ato, perde a mão durante o desenvolvimento do filme, não sabendo sustentar a individualidade dos personagens e deixando a desejar muito em suas cenas apavorantes.
The Walking Dead – 7ª temporada
Jaquelini Cornachioni: Talvez seja muito cedo para dizer que The Walking Dead foi uma decepção completa, já que a 7º temporada ainda não acabou. Mas não é à toa que a série está entre as piores de 2016, segundo a revista Variety. O primeiro episódio da nova temporada foi incrível: descobrimos quais personagens morreram e conhecemos mais sobre o maior vilão de TWD até agora, Negan e sua fiel companheira, Lucille. Na verdade, não foi nem um pouco difícil me apegar a Negan graças à atuação de Jeffrey Dean Morgan. Ao contrário do que muitos veículos falam, não acredito que a violência do vilão seja gratuita. Nós estamos cara a cara com um personagem psicopata no meio do apocalipse zumbi. O maior problema de The Walking Dead está na narrativa. Parece que nós estamos assistindo a mesma história sempre. Quando o grupo “comandado” por Rick chega a algum lugar aparentemente seguro, eles são surpreendidos e forçados a voltar para a estrada. A impressão que dá é que a narrativa não vai exatamente para frente: é um looping. Recentemente, os produtores revelaram que o restante da temporada terá um ritmo completamente diferente (estamos torcendo para que essa mudança seja positiva). Os fãs merecem um roteiro que surpreenda mais.
A Série Divergente: Convergente
Giovanna Arruda: O terceiro filme da saga baseada nos livros de Veronica Roth, foi uma gigantesca decepção para os fãs. Com uma história que se distancia cada vez mais dos livros originais (que são ótimos) e com efeitos visuais sofríveis, a produtora Lionsgate errou feio na produção dessa série que tinha como objetivo agradar os fãs de distopias que ficaram órfãos com o fim de Jogos Vorazes.Com um elenco de dar inveja, com nomes como Shailene Woodley, Jeff Daniels, Miles Teller, Octavia Spencer e Naomi Watts é de se esperar um grande filme, mas não foi isso que entregaram aos espectadores, não por culpa dos atores, mas sim de um roteiro que buscou tanto se afastar da história original que se perdeu e de uma percepção incorreta de futuro ao criarem os efeitos, que faz parecer que a produção gastou todo o dinheiro com o elenco e não sobrou para os efeitos. O fracasso do longa fez a produtora cogitar transformar o final da história (que teria mais um filme) em um telefilme ou uma série derivada sem o elenco original. A saga de Divergente merece ser contada nos cinemas, mas não dessa maneira.
Como Ser Solteira
Alexis Thunderduck: Mais uma comedia romântica americana muito banal, com personagens femininas desinteressantes, principalmente a protagonista interpretada pela Dakota Johnson. O pior é que a parte cômica do filme não tem graça alguma… humor pífio, e os romances sem pulso ou qualquer paixão.
O Maior Amor do Mundo
Alexis Thunderduck: Filme pastiche de boa intenção para valorizar as mães no Dia das Mães, mas que fica muito atrás dos outros filmes do diretor Garry Marshall, parecendo mais um capitulo de uma telenovela mexicana. Mal amarrado, personagens insossos e sem carisma, além de diálogos sofríveis.
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