Crítica: It – Capítulo 2
Mais traumas, menos sustos
27 anos depois do ocorrido na cidade de Derry, o Clube dos Otários se reúne mais uma vez para cumprir a promessa que fizeram quando crianças: impedir que Pennywise (Bill Skarsgård) realize um novo massacre. Com a premissa de colocar um ponto final de um jeito ou de outro, Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Ben (Jay Ryan) e Eddie (James Ransone) revivem lampejos de um passado que para eles já havia sido esquecido após seguirem com suas vidas fora da pacata cidade.
Lançado em 05 de setembro, It – Capítulo 2 já se tornou a segunda maior bilheteria de estreia para uma filme terror, ficando atrás justamente de seu predecessor: It – A Coisa (2017). Em quase três horas de filme, é bem curioso ver a maçante tentativa da continuação se manter no mesmo patamar do primeiro capítulo.
Mesmo com um pequeno problema de ritmo em algumas passagens individuais, é interessante notar o desenvolvimento que as personagens tiveram ao longo dos anos (seja ele bom ou ruim), e como traumas e questões que nunca foram resolvidas em suas infâncias – inclusive que nem chegam a ser mencionados no primeiro filme – culminaram em repercussões fortes em suas vidas adultas.
Enredo à parte, o diretor Andres Muschietti novamente faz um trabalho maravilhoso em relação ao visual, desde o jogo de câmeras até a montagem e efeitos visuais. Não dá para colocar defeito. Porém, dessa vez, as aparições de Pennywise se tornam menos impactantes e mais previsíveis, apoiadas em momentos de jump scares, sendo muito mais um efeito propriamente visual do que algo que realmente assusta, como acontece nas cenas em que o Clube luta conta a Coisa enquanto crianças.
Apesar de tudo, pode-se dizer que o público terá um final bem fechado para a história de Pennywise e o Clube dos Otários, sem deixar margem para dúvidas ou suposições – mas tudo isso acontecendo somente graças à base sólida que foi construída em IT – A Coisa.