Crítica: O Poderoso Chefinho

Crítica: O Poderoso Chefinho

Por Giovanna Orlando

Se existem duas coisas no cinema que são capazes de arrancar suspiros sem esforço nenhum, são crianças fofas e cachorros. O Poderoso Chefinho aposta em ambas e garante o fator fofura, risada e bom entretenimento.

O filme conta a história de Tim, uma criança de sete anos e dono de uma imaginação completamente fértil. Ele tem todo o amor e atenção dos pais, que não poupam esforços em fazer o menino feliz e embarcar nas suas aventuras. Mas tudo isso muda radicalmente com a chegada de um novo bebê na casa.

Chefinho chega na família de táxi, terno, relógio e maleta. Não demora dois minutos para todo mundo entender que ele é legitimamente o chefe e agora a família vai se dobrar para satisfazer as suas vontades. Bem, todos menos Tim.

O menino não entende que o novo bebê também precisa de atenção. Para Tim, Chefinho é uma ameaça, relativamente inofensivo, mas ainda assim uma ameaça. Ele tenta de tudo para mostrar aos pais que o Chefinho é do mal e que tem uma missão secreta.

Chefinho, na verdade, é um aspirante a líder na Baby Corp, empresa que “entrega” os bebês às famílias depois de alguns testes. Os que não são considerados aptos para uma família precisam trabalhar na empresa, que tem como objetivo fazer os bebês serem mais amados que os cachorros.

O bebê não é enviado à casa de Tim por acaso. Os pais do garoto trabalham na empresa rival da Baby Corp, a Puppy Co., e vão apresentar um novo filhote que promete ser o mais fofo já conhecido, e consolidar de vez o favoritismo e amor das pessoas por cachorros e não bebês. Então, Tim e Chefinho precisam trabalhar juntos para derrotar os filhotes e se verem livres um do outro para sempre. Afinal, Tim quer o amor dos pais todo para ele novamente, e Chefinho quer uma carreira estável na Baby Corp.

A trama até parece complexa para uma animação destinada ao público infantil, mas se desenrola com leveza e destreza. O filme deixa de explorar a rivalidade dos dois e garante momentos fofos de irmãos trabalhando juntos, mesmo que seja para se livrar um do outro.

Tim é um garoto esperto e ágil, garante momentos hilários com o irmão e é extremante cativante. Já Chefinho é outra história. Ele é um personagem criado para ser o antagonista da série. Se de um lado temos uma criança adorável, do outro temos o bebê mais arrogante de todos. Chefinho é brilhante, estrategista, um pouco maldoso. Essas são as características que um empresário em ascensão precisa, mas ele podia ter um pouquinho mais de carisma.

O filme se desenrola bem no primeiro ato, tem vários momentos hilários e arrancam risadas facilmente. O melhor humor é o humor simples, e O Poderoso Chefinho tem isso. Mas a outra metade do filme fica mais arrastada, mais tensa. O longa tenta cativar o espectador e fazer com que ele se conecte emocionalmente, mas essa tentativa fica tão clara que pode desapontar quem gostou do clima leve até então.

O Poderoso Chefinho é um ótimo entretenimento. Não entra no hall de melhores produções da DreamWorks, mas os efeitos são incríveis e o design também. Se O Poderoso Chefão aconselhou a ter amigos por perto e os inimigos mais perto ainda, a animação pega emprestada a frase deixando os amigos por perto, e os inimigos, na verdade, se transformando em família.

FICHA TÉCNICA
Direção:
Hendel Butoy, Tom McGrath
Roteiro: Michael McCullers
Elenco: Alec Baldwin, Eric Bell Jr., Jimmy Kimmel, Lisa Kudrow, Miles Christopher Bakshi, Steve Buscemi, Tobey Maguire, ViviAnn Yee
Produção: Ramsey Ann Naito
Montador: James Ryan
Trilha Sonora: Alan Silvestri, Hans Zimmer
Duração: 98 min.

Giovanna Orlando

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