Crítica: Os Meninos que Enganavam Nazistas

Crítica: Os Meninos que Enganavam Nazistas

Adaptar um livro para o cinema já é uma tarefa complicada, mas e quando a história do livro é real e aborda o Nazismo? Já vimos inúmeros filmes emocionantes com essa temática mas, mesmo assim, Os Meninos que Enganavam Nazistas consegue emocionar e prender a atenção de uma maneira bela e muito natural.

O interessante é que o filme não se trata apenas do Nazismo em si, mas também sobre a jornada de amadurecimento de dois irmãos judeus que se separam dos pais em Paris para que, em um futuro próximo, consigam se encontrar em outro local mais seguro.

Com um mapa e algum dinheiro, Jo e Maurice partem em uma longa viagem pela França e aprendem um pouco de tudo nesse meio tempo: principalmente a serem independentes e a contarem ainda mais um com o outro. Com a intenção de chegarem ao sul da França, os garotos vêem fragmentos da guerra com muita inocência e ao mesmo tempo esperteza.

Intercalando lindas tomadas de paisagens da França com cenas de tortura aos judeus, Os Meninos que Enganavam Nazistas conquista seu diferencial ao mostrar um lado mais íntimo do conflito. Focando no laço entre irmãos e na força familiar, o longa nunca perde sua força.

O longa possui cenas poderosas e marcantes, especialmente nas que vemos a dinâmica na família de Jo. A ligação do filho caçula com o pai é belíssima e é a melhor parte do lado íntimo do conflito. O fato de conseguirmos ter alguma noção do que era ser judeu naquela época – assim como sentirmos o medo, a tensão e a tristeza naqueles que tinham de fugir para sobreviver -, já vale muito o ingresso.

Christian Duguay dirige um dos filmes mais interessantes sobre esse período doloroso da História e promete arrancar lágrimas daqueles que mergulharem nessa aventura junto a dois irmãos extremamente corajosos. Estreia dia 03 de agosto nos cinemas!

FICHA TÉCNICA
Direção: Christian Duguay
Roteiro: Jonathan Allouche, Benoît Guichard e Christian Duguay
Elenco: Dorian Le Clech, Batyste Fleurial Palmieri, Patrick Bruel, Elsa Zylberstein e Ancelier Bernard Campan
Classificação: 12 anos

Barbara Demerov