Crítica: Procurando Dory

Crítica: Procurando Dory

Procurando Nemo (2003) fez parte da vida de muita gente e marcou, principalmente, a infância das crianças de 13 anos atrás. Em 2016, essas crianças podem ter crescido, mas o sentimento de nostalgia que a animação da Pixar ainda traz para todo mundo é inevitável – principalmente quando anunciaram Procurando Dory (2016), a continuação da história de 2003. Tal novidade só fez com que a vontade de retornar ao fundo do mar e rever personagens tão queridos fosse maior do que qualquer diferença de idade. Ainda mais quando o foco dessa sequência é Dory, a peixinha mais carismática desse universo tão especial.

Procurando Dory trata, de modo geral, sobre saudade e lembranças. Um ano após os acontecimentos do filme de 2003, Dory, que sofre de perda de memória recente, agora vive com Marlin e Nemo e tenta levar uma vida normal, mas sempre está sob a companhia de seus grandes amigos. Quando começa a ter flashbacks sobre sua infância e seu antigo lar, Dory decide ir atrás de seus pais. A única coisa que ela se lembra é de que morava em Monterey, na Califórnia (com o preocupado Marlin dizendo que esse local fica do outro lado do oceano). Os protagonistas, por fim, iniciam mais uma viagem e é muito gostoso lembrar das aventuras que eles passaram quando procuravam por Nemo.

A animação confia no espectador ao inserir elementos já vistos anteriormente (principalmente no início, tais elementos se encaixam na narrativa de uma forma que com certeza fará você sorrir), e nenhum elemento familiar aparece gratuitamente, sendo tudo muito natural, espontâneo e sem exageros. Até mesmo a famosa música “Continue a nadar…” tem um sentido mais profundo na história.

Por mais que os personagens já conhecidos estejam ótimos novamente (inclusive a tartaruga surfista, que também aparece), o filme não se limita a eles e introduz uma série de personagens tão cativantes quanto os do primeiro filme. A tubarão-baleia (e que precisa de um óculos) Destiny, a beluga Bailey e o polvo Hank merecem todo o destaque pela importância e ligação que possuem com Dory; a dupla de leões-marinhos Fluke e Leme, por mais que não apareçam tanto, deixam a história bem mais divertida, assim como as lontras bebês e Becky, um pelicano.

Mas é claro que não há só comédia em Procurando Dory. Toda a história da peixinha azul é tão bem desenvolvida que nem parece que foi conduzida por apenas 1h30, e a dosagem de piadas com o drama pessoal foi muito bem distribuída. O filme consegue emocionar tanto quanto Procurando Nemo, e o segredo de tudo não é assim tão complicado: a Pixar apenas usou uma personagem que já era amada por muitos e construiu uma história digna para que os fãs a conhecessem melhor. Palmas para o diretor e roteirista Andrew Stanton, que entregou mais uma vez um trabalho incrível, assim como em Wall-E, Toy Story e Vida de Inseto.

Por fim, é muito fácil dizer que Procurando Dory resgata todas as sensações de seu antecessor. Assim como em Nemo, esse é um filme para assistir com a família, se emocionar novamente com sua bela mensagem e ficar com o coração feliz ao ver os créditos rolarem. Pixar é Pixar, afinal. 

Duas observações:

1) A mini Dory é a coisa mais fofa do mundo!

2) O novo curta da Pixar, Piper, também é a coisa mais fofa do mundo. 

FICHA TÉCNICA
Direção: Andrew Stanton, Angus MacLane
Roteiro: Victoria Strouse
Elenco: Albert Brooks, Diane Keaton, Dominic West, Ellen DeGeneres, Eugene Levy, Idris Elba, Terrell Ransom Jr., Ty Burrell, Vicki Lewis, Willem Dafoe
Produção: Lindsey Collins
Trilha Sonora: Thomas Newman

Barbara Demerov