Crítica: Tudo e Todas as Coisas
Um casal com força suficiente para captar a essência e dar toda a carga dramática necessária à história, um roteiro interessante que fuja da obviedade – além de tudo mais que torne a experiência de assistir ao filme mais prazerosa, como edição, trilha-sonora e etc. Tendo isso em mãos, o caminho para um bom filme de romance já está quase completo, e quando toda a execução consegue ser boa, dificilmente algo dará errado. Dito isso, Tudo e Todas as Coisas já pode se unir ao time de filmes de romance adolescentes bem no estilo A Culpa é das Estrelas.
Baseado no best-seller escrito por Nicola Yoon, o filme conta a história de Maddy, uma garota de 18 anos vítima de uma doença raríssima que a impede de abandonar a proteção do ambiente fechado no qual vive dentro de sua casa. Quando conhece Olly, no entanto, ela vê tudo mudar. O vizinho da casa ao lado não está disposto a deixar que a condição de Maddy os afaste um do outro e, juntos, acabam aprendendo o que é o amor e como tudo pode mudar quando se está apaixonado.
Romântica da cabeça aos pés, essa história te fará sorrir em diversos momentos. Por mais que Tudo e Todas as Coisas seja um filme “comum” e deixe a sensação de “acho que já vi isso antes”, ele possui muitos aspectos positivos. A começar pelo casal protagonista, que, com um magnetismo forte, torna muito fácil a chance do espectador desenvolver empatia por ambos. Amandla Stenberg e Nick Robinson têm uma ótima química em tela e a fofura dos dois, aliada à ingenuidade do primeiro amor, já é o suficiente para prender a atenção. Além disso, a fotografia do filme faz os olhos brilharem com a mudança nas paletas de cores, seja quando Maddy está em sua casa (tudo mais branco e cinza), ou quando ela está conhecendo novos lugares (mais cores vivas).
Como Maddy nunca saiu de sua casa, era necessário criar muito bem a atmosfera interna a fim do filme deixar aquela sensação de “prisão”, para que entendamos o que a jovem de 18 anos sofre todos os dias. Por mais que sua casa tenha sido construída para lhe dar o máximo de conforto e liberdade possível – e tenha inúmeras tecnologias para fazer com que possa seguir com seus estudos e hobbys -, a jovem sente essa necessidade de conhecer o mundo. Na verdade, não o mundo de uma vez só; ela só quer colocar os pés na areia e ver o mar pela primeira vez. Estes pequenos desejos e sonhos tornam sua motivação muito mais palpável, afinal, não é só por causa de Olly que Maddy quer sair de casa e vencer sua doença. É um detalhe muito interessante que o filme deixa nas entrelinhas: Maddy não quer ir atrás de Olly, mas sim quer que ele a acompanhe em tudo o que puder fazer e descobrir.
Com bons toques de drama e, sobretudo, boas reflexões, o filme de Stella Meghie ainda cede espaço para o relacionamento entre Maddy e sua mãe, que após perder seu marido e filho em um acidente, colocou todo seu amor e dedicação na filha. Olly também é explorado nesse aspecto familiar, pois passa por sérios problemas em casa devido ao comportamento agressivo de seu pai para com sua mãe. O background dramático também faz com que os dois jovens se aproximem gradualmente, seja por mensagens em seus smartphones ou pela janela de seus quartos.
Tudo e Todas as Coisas é um feel good movie que conta uma história de amor improvável, mas que ainda fará com que os espectadores mais românticos saiam do cinema de coração leve. Pode não ter a profundidade emocional de Diário de Uma Paixão, mas definitivamente é carismático o suficiente para ficar na memória. Afinal, desde quando um clichê aqui e ali faz mal? Assista, divirta-se e emocione-se!
Um comentário em “Crítica: Tudo e Todas as Coisas”
Comentários estão encerrado.