Crítica: Waiting for B.

Crítica: Waiting for B.

Por Beatriz Ribeiro

Até que ponto você iria para assistir ao show de seu ídolo musical? Pagaria uma fortuna no ingresso? Teria coragem de acampar dias na fila? Ou meses? O documentário brasileiro Waiting For B. conta como foi os bastidores de um grupo de fãs da cantora Beyoncé que acampou durante dois meses antes do show da artista em frente ao estádio do Morumbi. Além disso, o longa nos mostra o dia a dia, as dificuldades e histórias de vida incríveis sobre homofobia, racismo e superações vividas pelos fãs.

Waiting For B. nos prova que fãs brasileiros são realmente devotos e loucos. De um modo engraçado, o documentário retrata alguns dias da jornada longa e a espera de um grupo aflito por um show e a chance de ver sua diva no palco. Várias personalidades aparecem no documentário, dando entrevista e mostrando o porquê de serem tão fãs. Uma das entrevistadas foi Gabriela, que tem como ganha pão trabalhar em boates sendo cover da cantora.

Outras personalidades aparecem durante o longa e nos mostram que por trás desse tal fanatismo. Há uma angústia e ajuda na aceitação para o universo gay encontrados em músicas de Beyoncé. Depoimentos contam a difícil aceitação da família ao descobrir um filho homossexual, ou até mesmo declarações de mulheres dizendo se sentirem bem ao escutarem Beyoncé por ela ser uma artista negra e ter a chance de mostrar ao mundo que negros também são capazes.

Por mais que seja hilário ver algumas cenas do documentário mostrando piadas e performances dos fãs, coreografias e conversas sobre divas pop, Waiting For B. nos diverte mas, também, nos alerta sobre a atual tentativa de aceitação dos grupos LGBT na sociedade tradicional. Uma situação interessante no longa sobre este contraste é quando os fãs precisam ficar quietos e não chamarem atenção em dias de jogos de futebol, para não “arrumarem confusão” com as torcidas organizadas.

Waiting for B. ganhou o prêmio de Melhor Filme no concurso Mix Brasil e Melhor Documentário pelo júri popular no Queer Lisboa, além de ser o segundo filme lançado pela Sessão Vitrine Petrobras, que trará, a cada duas semanas, um novo longa brasileiro independente aos cinemas (saiba mais). Ficou interessado(a)? O documentário terá a sua estreia no dia 2 de março, não deixe de assistir!

FICHA TÉCNICA
Direção: Paulo Cesar Toledo, Abigail Spindel
Edição: Abigail Spindel
Música composta por: Mario Margarido, Zema Tämatchan, Serginho Rezende
Elenco: Rogério Sousa, Diego Lima, Bruno Brunet, Richard Carter, Charles Angels, Vítor Lopes, Melina McLean, Gabriela Electra, Rick Caled, Junnior Martins.
Roteiro: Paulo Cesar Toledo, Abigail Spindel
Duração: 1h 11min

Beatriz Ribeiro