Rebobinando: A Felicidade Não Se Compra (1946)
Como terceira edição do Rebobinando, apresentamos a crítica de um dos maiores clássicos da história do cinema! Um filme que marcou gerações e que está começando a ser esquecido, injustamente. A obra-prima que estamos falando é…
A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (1946)
Antigo. Clássico. Preto e Branco. Comovente. Encantador. São só algumas características de um dos filmes americanos mais reconhecidos pelo cinema, e mais amados pelos cinéfilos.
Filmado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o filme tinha tudo para dar certo, e deu. Dispõe de um elenco competente, um diretor inteligente e uma lição de vida importante para transmitir, a qual pode ser vista já em seu título.
O enredo parte de um homem de bom coração que sempre procurou ajudar a todos chamado George Bailey (James Stewart), mas que quando se encontra em dificuldades financeiras pensa em se suicidar de uma ponte, e é quando aparece para ele um anjo, que diz ser mandado à Terra para fazê-lo mudar de ideia e mostrá-lo a importância de sua vida.
Por acaso você já assistiu algum filme ruim com James Stewart atuando? Ele mesmo! Que depois viria a protagonizar clássicos de Alfred Hitchcock comoJanela Indiscreta e Um Corpo Que Cai. Pois neste filme Stewart está impecável, dividindo algumas cenas com uma das atrizes mais belas e talentosas do Cinema Clássico, Donna Reed, que interpreta Mary Hatch.
Frank Capra, que em minha opinião é um dos cineastas mais inventivos do século XX, transfere nesta obra toda sua paixão e criatividade ao tratar de um assunto tão simples, mas de modo brilhante. O realizador já havia levado para casa 3 Oscars como melhor diretor, então já se esperava muito deste filme, que cumpriu todas suas promessas.
A Felicidade Não Se Compra te joga para dentro da história sem complicações. Por meio de sua simplicidade admirável, esse drama romântico não demora para tomar a atenção das pessoas. É o perfeito clássico para quebrar o terrível preconceito com filmes antigos em preto e branco, pois pela maneira como tudo se encaixa através de um roteiro sensacional e de temáticas tão atuais, a última coisa com que vai se importar é a cor. Sem falar do charme ilustre que os filmes preto e branco possuem, que pra mim deixa tudo muito mais natural, elegante.
É deste filme uma das frases mais famosas da história do cinema, onde George Bailey diz à Mary Hatch: “O que você quer Mary? O que você quer? Você quer a Lua? Diga só uma palavra e atirarei um laço em volta dela e a puxarei para baixo.”. Frase essa que foi homenageada por um filme de comédia dos últimos anos, chamadoTodo Poderoso (2003), em que Bruce (Jim Carrey), com seus poderes concedidos por Deus, laça a lua e deixa-a maior para impressionar Grace (Jennifer Aniston).
Assim como na indústria musical americana, muitos artistas solos têm a tradição de lançar um álbum com músicas de Natal; e isso também acontece com os filmes, que neste caso coincide com esse quadro, ao se tratar de uma época natalina com músicas e objetos da data. Porém, a trilha sonora composta por Dimitri Tiomkin não se atém apenas ao Natal e leva ao espectador ótimas músicas tema, seja de tensão, alívio, de tristeza ou alegria.
A diversidade toma conta desta obra pra lá de sofisticada, que mostra seus atributos espontaneamente, sem exigir maiores reflexões de seu público. Pequenos fragmentos do filme nos levam a construir em nossas cabeças uma imagem de uma produção realista e minuciosa.
Foi com muito prazer e sem pensar duas vezes, que o Cinematecando dedicou a sessão Rebobinando desta semana a este filme extraordinário, uma das maiores obras que o cinema tem a oferecer, devido à sua atemporalidade, sinceridade e beleza.
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