Scott Pilgrim Contra O Mundo: Vale a pena assistir?
Poucos filmes dão prejuízo aos estúdios e, mesmo assim, entram para o seleto catálogo de fenômenos cults. Adaptado da graphic novel homônima, Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010) já apareceu no Cinematecando em nossas recomendações de filmes para curtir durante as férias. E aqui estamos novamente para explicar porque a história original de Bryan Lee O’Malley, adicionada recentemente ao catálogo da Netflix, merece sua atenção.
O texto de abertura do longa já explica tudo: “Na misteriosa cidade de Toronto, no Canadá, Scott Pilgrim estava namorando uma aluna do colegial”. O que pode ser um pesadelo para um rapaz de 22 anos sem qualquer perspectiva de vida, desempregado e morando na casa de seu amigo gay. Scott (Michael Cera) alterna os ensaios de sua banda com passeios monótonos ao lado de Knives Chau (Ellen Wong), até conhecer Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), a garota mais desejada da cidade. Apaixonado por Ramona, Scott precisa enfrentar (e derrotar) seus sete ex-namorados no mal para, enfim, ter um relacionamento com a garota.
Sim, nós sabemos que a adaptação de Watchmen (2009) para o cinema foi extremamente fidedigna aos quadrinhos, mas Scott Pilgrim Contra o Mundo elevou isso ao extremo. Assim como no filme 300 (2006), a graphic novel serve de storyboard para o filme. Então, espere onomatopeias e referências a jogos vintage ao longo da experiência. Scott vive em um mundo que se permite ao absurdo, distanciando o espectador de tudo que poderia fazer referência a um filme. É como ler uma história bizarra em que ser vegan lhe dá superpoderes e pessoas viajam na linha do espaço-tempo para fazer entregas.
Michael Cera costuma ser oito ou oitenta entre os fãs de cinema, mas parece que o papel de Scott Pilgrim foi feito exclusivamente para ele. Já Mary Elizabeth Winstead apresenta uma Ramona Flowers bem diferente dos quadrinhos – mais fria e misteriosa. Entre os nomes de peso do elenco também podemos encontrar Anna Kendrick. Chris Evans e Brie Larson.
O longa faz um bom resumo dos seis volumes publicados. Mas como o filme saiu antes do término da série de Bryan Lee, o final de Scott Pilgrim Contra o Mundo das telonas foi uma liberdade criativa do diretor e roteirista Edgar Wright. O que parecia uma catástrofe para a Universal acabou se tornando um alívio. Na primeira semana após o lançamento, o estúdio já havia demonstrado seu descontentamento com o desempenho das bilheterias – apesar de críticas positivas. Hoje, Scott Pilgrim Contra o Mundo tem 81% de aprovação no Rotten Tomatoes, e conseguiu recuperar parte de sua receita com bons números de streaming e vendas de DVDs.
Fica aqui outra indicação do Cinematecando: Se você gostar da proposta do longa disponível na Netflix, leia a graphic novel. Você não irá se arrepender!