Somos todas Hannah Baker, somos todas Jessica Davis

Somos todas Hannah Baker, somos todas Jessica Davis

Por Laurana Franco

Aqui estou eu, sentada na minha sala, em choque. Terminei de assistir 13 Reasons Why há pelo menos uma semana e ainda estou boquiaberta. A verdade é que essa série me tocou profundamente a ponto de eu fazer diversas ligações com todas as mulheres que eu conheci, incluindo eu própria.

Caso você não tenha se identificado com o tipo Girl Next Door da garota tipicamente americana, atire a primeira pedra. Quem nunca conheceu um babaca que nos usou, ou tinha uma amiga que, no final, acabou não sendo tão amiga assim? Hannah não precisa de uma face para nos identificarmos: ela é a representação de todas nós.

Hannah Baker não é uma pessoa perfeita, não é uma super heroína com Jessica Jones ou tem uma segurança imaculada como Viola Davis; Hannah é uma personagem que, mesmo fictícia, retrata uma garota real. Imperfeita, insegura e na incessante procura de motivos para continuar.

Mesmo que muitas de nós já tenham passado por todo o drama adolescente, mentiras, namoros e turbilhão de emoções da puberdade, nós inegavelmente já fomos aquela menina. E isso é o mais importante. Nós podemos evitar com que existam outras garotas (e garotos), que passem por essa mesma situação.

A Netflix não produziu esta série maravilhosa para que nós só nos identificássemos com a grande vítima, é claro que também somos várias Jessica’s, Clay’s e Tony’s por aí. 13 Reasons Why não foi feita para que as vítimas percebam que são vítimas; elas já sabem disso há séculos! Ela é uma série para percebemos que nós também temos culpa sobre tudo que nos cerca, bem na linha “Tu te torna eternamente responsável por aquilo que cativas”, de O Pequeno Príncipe.

Mesmo que Jessica tenha citado o bom e velho chocolate quente como solução para todos os nossos problemas, infelizmente a vida não é assim tão simples, como ela mesma descobre uns episódios para frente. Nossa lição é prestar atenção nas pessoas que nos rodeiam e ouvir nossa consciência. Nós podemos ser a vítima, mas também podemos ser a última bala em um gatilho.

Laurana Franco