Um diretor e um filme: Steven Spielberg

Um diretor e um filme: Steven Spielberg

O cineasta desta semana não é apenas diretor, também é roteirista e foi produtor de inúmeros filmes que marcaram gerações. Nascido em Ohio no ano de 1946, Steven Allan Spielberg descobriu qual era seu talento desde cedo, já que com apenas 12 anos ganhou sua primeira câmera. Em meados da década de 60, ele já era um dos mais renomados diretores de televisão na Universal. Com Duel (1972), seu filme criado para TV, Steven conseguiu a oportunidade de dirigir para o cinema. Dali para frente ele só cresceu. Hoje, coleciona mais de 100 indicações ao Oscar e possui muito prestígio ao redor do mundo.

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O sucesso permeia a carreira cinematográfica do diretor desde o início: Tubarão (1975), Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981) e E.T. (1982) são seus primeiros grandes feitos. Posteriormente, os filmes de ficção científica, grande paixão do diretor, foram dando lugar para filmes  dramáticos, como A Cor Púrpura (1985), Império do Sol (1987), A Lista de Schindler (1993), Amistad (1996) e O Resgate do Soldado Ryan (1997). Com Jurassic Park (1993) ele retornou às raízes de aventura e ficção científica. E, a partir dos anos 2000, apostou nos efeitos especiais para dar vida à filmes como A.I. Inteligência Artificial (2001), Minority Report (2002) e Guerra dos Mundos (2005). Envolvendo política, temos Lincoln (2012), e até a força da amizade, vista em Cavalo de Guerra (2011), faz parte de sua filmografia.

Além de ter essa “mania” de dirigir filmes excelentes, Spielberg também é conhecido por trabalhar com elencos competentes, que inclui os atores Daniel Day-Lewis, Leonardo DiCaprio, Tom Cruise, Harrison Ford e Anthony Hopkins. Mas a maior parceria do diretor (fora a com o compositor John Williams) é feita com Tom Hanks, que, além de O Resgate do Soldado Ryan, atuou em Prenda-me se for Capaz (2002), O Terminal (2004) e no mais recente Ponte dos Espiões (2015), que é a obra que foi selecionada para completar o Um diretor, um filme de hoje.

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Em Ponte dos Espiões, Spielberg trouxe às telonas uma importante história real vivida dentro do auge da Guerra Fria: em 1957, o advogado James B. Donovan (Hanks) é recrutado pela CIA para defender um espião soviético da KGB preso em terras americanas, chamado Rudolf Abel (Mark Rylance). Posteriormente, Donovan também precisa auxiliar no processo de troca entre Abel e o piloto americano da CIA Francis G. Powers, que está mantido preso na União Soviética. Ele é um indivíduo importante que está no meio das duas grandes potências mundiais da época.

Esse filme é um dos mais adultos do diretor por conta da natureza do conflito. Ponte dos Espiões também possui alguns dos ingredientes já utilizados em seus filmes, como o altruísmo e a esperança de que o homem pode mudar o curso da história para fazer algo bom, por exemplo. Spielberg faz um ótimo trabalho na direção e Michael Kahn faz o mesmo na edição; juntos, a dupla entrega um filme sólido, edificante e esclarecedor. O roteiro escrito pelos irmãos Coen e Matt Charman traz um senso de realismo, enquanto Tom Hanks e Mark Rylance estão excepcionais como a dupla de protagonistas. Vale destacar a atuação sutil – porém brilhante – de Rylance, que certamente chegará ao patamar do Oscar.

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Ponte dos Espiões vai além de um filme baseado em fatos reais. É imersivo, possui diálogos maravilhosos, pode ser considerado como uma aula de História e é tudo o que Spielberg é capaz de fazer de melhor.

Barbara Demerov

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