Rebobinando: Uma Aventura na África (1951)

Rebobinando: Uma Aventura na África (1951)

Como vocês sabem, o Rebobinando está de volta. E, obviamente, não poderíamos deixar de trazer ótimos filmes para indicar aos nossos queridos leitores. Desta vez, a qualidade se prova por inúmeras virtudes desta obra pouco conhecida atualmente, porém eterna nos corações dos verdadeiros cinéfilos. Deixamos vocês com uma análise pontual do marcante e memorável…

UMA AVENTURA NA ÁFRICA (1951)

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Como vários outros filmes do período, este possuiu sua versão em preto e branco e também uma versão com cores. Ambas conseguem atingir o espectador em cheio com um roteiro estimulante, uma direção que não decepciona, belíssimas paisagens naturais e atuações inesquecíveis.

A história se baseia em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial na África. Após ver seu irmão ser morto com a invasão de tropas alemãs na cidade, a inglesa Rose Sayer (Katharine Hepburn) convence o aventureiro canadense Charlie Allnut (Humphrey Bogart), dono de um pequeno barco chamado ‘The African Queen’, a descer com seu barco o rio Congo cheio de corredeiras e outros perigos a fim de atacar o navio alemão Louisa, para Rose poder vingar a morte do irmão. O que já parecia ser uma missão suicida se torna uma luta contra as forças da natureza, e também contra suas próprias personalidades, as quais resolvem com uma surpreendente engenhosidade as dificuldades que surgem.

O filme foi baseado no romance de C.S. Forester e contou com renomados artistas, até na direção, com o lendário John Huston. Mas o que caracteriza o filme como de fato uma obra-prima, é a fotografia, que dá um aspecto natural e dramático ao filme, e principalmente as aulas de interpretação de dois atores magníficos chamados Humphrey Bogart e Katharine Hepburn.

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É curioso (ou não) que os dois atores foram considerados os dois maiores intérpretes de cinema de todos os tempos, cada um de seu sexo, pela AFI (American Film Institute), uma das maiores organizações independentes que costuma fazer listas cinematográficas como ‘maiores vilões’, ‘heróis’, ‘musicais’ e outros.

A partir do título é fácil saber qual o gênero do filme, mas lembra-se daqueles filmes de baixo orçamento que são filmados em um único cenário? Pois é, esse é mais uma dessas obras com aventureiros em uma jornada de autodescoberta, buscando obviamente alguma meta maior como no caso vingar a morte do irmão de Rose, mas que também explora muito bem as personalidades ora semelhantes, ora contrastantes dos dois personagens.

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O filme possuiu 4 indicações ao Oscar: melhor ator para Bogart; melhor atriz para Hepburn; melhor direção para Huston e melhor roteiro adaptado para James Agee, mas só acabou levando na categoria de melhor ator, que surpreendentemente, viria a ser o único Oscar da vida de Humphrey Bogart.

A direção de arte, o figurino e a maquiagem colaboram juntos para um eficaz reflexo da época e dos sentimentos envolvidos na obra, que traz uma mistura de harmonia e fragilidade, levando o público, que sofre e se exalta junto com os personagens, ao limite de suas esperanças.

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Esta obra é um ótimo exemplo de como as atuações de antigamente eram executadas com um exagero comedido, que transmitia ao filme uma emoção e realismo diferente dos dias atuais, e em minha opinião, também muito mais agradável.

O Cinematecando te garante momentos deliciosos ao contemplar mais um clássico do Rebobinando!

João Pedro Accinelli

Amante do cinema desde a infância, encontrou sua paixão pelo horror durante a adolescência e até hoje se considera um aventureiro dos subgêneros. Formado em Cinema e Audiovisual, é idealizador do CurtaBR e co-fundador da 2Copos Produções. Redator do Cinematecando desde 2016, e do RdM desde 2019.

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